Crónica Homenagem Mestre João Branco Núncio
11/07/2014
Olá amigos e aficionados do Grupo de Évora
Antes de expressar qualquer opinião sobre a corrida, duas
notas previas, primeiro, agradecer ao António o convite, que tanto me honra, de
escrever umas simples palavras. Segundo, alertar os leitores que não sou
cronista nem critico taurino e apenas darei a minha opinião e irei realçar
pormenores que entendo de realce.
A corrida era de homenagem ao Mestre João Branco Núncio,
logo o cartel era composto maioritariamente por Núncios. A começar nos touros,
6 Núncios que a meu ver cumpriram no dever das suas obrigações. Saíram á Arena
de Évora dois novilhos e quatros touros. Novilhos estes que foram lidados pelos
bisnetos do homenageado, Francisco e António Núncio e os quatro touros toureados
respectivamente pelos cavaleiros João Moura, António Ribeiro Telles, Francisco
Núncio e Manuel Lupi. Destes, realço a lide de Francisco Núncio, neto do
homenageado, que foi a que trouxe mais emoção até junto do público e foi
reconhecido pelo mesmo na sua volta á arena muito aplaudida. Era de facto a
noite dos Núncios!
Quantos ás pegas estavam a cargo do Grupo de Forcados
Amadores de Évora e do Real F.A de
Moura, que se a memória não me falha se estreava na capital do forcado amador.
Em boa hora o fez, pegando dois touros á primeira e um á segunda, através dos
seus forcados Javier Cortejano á primeira, Cláudio Pereira também á primeira e
o cabo Valter Rico á segunda tentativa. Parabéns ao grupo de Moura, pela
actuação e pela forma como se fazem representar nesta arte de pegar touros.
Falando agora do meu grupo, GFAE, não foi das noites mais
conseguidas. Bem sei que tudo fazemos para atingirmos o sucesso, embora nem
sempre seja possível, mas tendo em conta que vestimos “aquela jaqueta” a
exigência é máxima.
Para o primeiro da noite o António escolheu o Gonçalo
Rovisco, e que boa escolha! O Gonçalo
andou bonito, forcado elegante e de pisar fino, no entanto faltaram-lhe um
pouco de braços para ficar na primeira tentativa. Acabou por consumar a pega á
segunda tentativa com o grupo a fechar bem e a deixar uma imagem que tem
futuro, assim ele o entenda. Parabéns Gonçalo!
Para a segunda pega da noite, o António inovou e escolheu
para a sorte de cernelha a dupla Cláudio Carujo e João Madeira. O Cláudio,
forcado experiente, sempre gostou de dar a sua mãozinha e fazer-nos uma
surpresa. Brindaram a pega ao R.F.A. Moura pela amizade que une os dois grupos.
O touro tinha sentido e não encabrestava, no entanto, a dupla entrou certeira e
resolveram. Uma pequena nota ao João, deves rabejar para o lado do cernelheiro
para facilitar a pega e a sua parelha. Certamente uma boa experiência e para
repetir (“Estão a arranjar lenha para se queimarem…” ahahah)
Para o último da noite, o Alface escolheu o Ricardo Sousa,
vulgo “Matxira”. Este pequeno, grande forcado de uma alma imensa e coração
quente. O Ricardo tem nos habituado aos 8 e aos 80, no entanto, anda a insistir
nos 8…Todos estamos ansiosos que regresses aos 80 e certamente o farás, não só pela
tua vontade em triunfar, mas também por quereres honrar a nossa jaqueta. Mas
falando sério, um conselho a ti Ricardo, por vezes nos touros esse coração
resulta e muito, mas também temos de esfriar um pouco e ter o descernimento de
ver o que temos pela frente. Na minha opinião, faltou-te um pouco de calma para
consumares uma grande pega. Tenho a certeza que sucessos não te faltarão e te
tornarás num forcado mais maduro. Uma referência ao Miguel Saturnino, que
esteve mais uma vez muito bem, com uma ajuda vistosa ao enpranchar-se e rodar
por cima do touro, mas ao mesmo tempo eficaz, assegurando que o forcado da cara
se mantivesse.
Por fim, realço três aspectos positivos no decorrer da
corrida. O fado do Francisco Sobral durante a volta dos forcados, o bom trabalho
executado pelos campinos a cavalo no recolher dos touros e por último a bonita
e sentida homenagem na cidade de Évora ao cavaleiro e Mestre João Branco
Núncio, perpetuada pela empresa através de uma lápide colocada na praça onde
tantas vezes triunfou.
Parabéns ao grupo e parabéns ao António pela forma como tem
levado o espírito do Grupo de Évora, e já posso dizê-lo além fronteiras, o que
faz com que me sinta cada vez mais orgulhoso em fazer parte desta grande e
bonita família.
Pelo Grupo de Évora, venha vinho.
Nuno Lobo