quarta-feira, julho 23, 2014

Crónica Homenagem Mestre João Branco Núncio
11/07/2014
 
 
Olá amigos e aficionados do Grupo de Évora
 
Antes de expressar qualquer opinião sobre a corrida, duas notas previas, primeiro, agradecer ao António o convite, que tanto me honra, de escrever umas simples palavras. Segundo, alertar os leitores que não sou cronista nem critico taurino e apenas darei a minha opinião e irei realçar pormenores que entendo de realce.
A corrida era de homenagem ao Mestre João Branco Núncio, logo o cartel era composto maioritariamente por Núncios. A começar nos touros, 6 Núncios que a meu ver cumpriram no dever das suas obrigações. Saíram á Arena de Évora dois novilhos e quatros touros. Novilhos estes que foram lidados pelos bisnetos do homenageado, Francisco e António Núncio e os quatro touros toureados respectivamente pelos cavaleiros João Moura, António Ribeiro Telles, Francisco Núncio e Manuel Lupi. Destes, realço a lide de Francisco Núncio, neto do homenageado, que foi a que trouxe mais emoção até junto do público e foi reconhecido pelo mesmo na sua volta á arena muito aplaudida. Era de facto a noite dos Núncios!
Quantos ás pegas estavam a cargo do Grupo de Forcados Amadores de Évora e do Real F.A  de Moura, que se a memória não me falha se estreava na capital do forcado amador. Em boa hora o fez, pegando dois touros á primeira e um á segunda, através dos seus forcados Javier Cortejano á primeira, Cláudio Pereira também á primeira e o cabo Valter Rico á segunda tentativa. Parabéns ao grupo de Moura, pela actuação e pela forma como se fazem representar nesta arte de pegar touros.
Falando agora do meu grupo, GFAE, não foi das noites mais conseguidas. Bem sei que tudo fazemos para atingirmos o sucesso, embora nem sempre seja possível, mas tendo em conta que vestimos “aquela jaqueta” a exigência é máxima.
Para o primeiro da noite o António escolheu o Gonçalo Rovisco, e que boa escolha!  O Gonçalo andou bonito, forcado elegante e de pisar fino, no entanto faltaram-lhe um pouco de braços para ficar na primeira tentativa. Acabou por consumar a pega á segunda tentativa com o grupo a fechar bem e a deixar uma imagem que tem futuro, assim ele o entenda. Parabéns Gonçalo!
Para a segunda pega da noite, o António inovou e escolheu para a sorte de cernelha a dupla Cláudio Carujo e João Madeira. O Cláudio, forcado experiente, sempre gostou de dar a sua mãozinha e fazer-nos uma surpresa. Brindaram a pega ao R.F.A. Moura pela amizade que une os dois grupos. O touro tinha sentido e não encabrestava, no entanto, a dupla entrou certeira e resolveram. Uma pequena nota ao João, deves rabejar para o lado do cernelheiro para facilitar a pega e a sua parelha. Certamente uma boa experiência e para repetir (“Estão a arranjar lenha para se queimarem…” ahahah)
Para o último da noite, o Alface escolheu o Ricardo Sousa, vulgo “Matxira”. Este pequeno, grande forcado de uma alma imensa e coração quente. O Ricardo tem nos habituado aos 8 e aos 80, no entanto, anda a insistir nos 8…Todos estamos ansiosos que regresses aos 80 e certamente o farás, não só pela tua vontade em triunfar, mas também por quereres honrar a nossa jaqueta. Mas falando sério, um conselho a ti Ricardo, por vezes nos touros esse coração resulta e muito, mas também temos de esfriar um pouco e ter o descernimento de ver o que temos pela frente. Na minha opinião, faltou-te um pouco de calma para consumares uma grande pega. Tenho a certeza que sucessos não te faltarão e te tornarás num forcado mais maduro. Uma referência ao Miguel Saturnino, que esteve mais uma vez muito bem, com uma ajuda vistosa ao enpranchar-se e rodar por cima do touro, mas ao mesmo tempo eficaz, assegurando que o forcado da cara se mantivesse.
Por fim, realço três aspectos positivos no decorrer da corrida. O fado do Francisco Sobral durante a volta dos forcados, o bom trabalho executado pelos campinos a cavalo no recolher dos touros e por último a bonita e sentida homenagem na cidade de Évora ao cavaleiro e Mestre João Branco Núncio, perpetuada pela empresa através de uma lápide colocada na praça onde tantas vezes triunfou.
Parabéns ao grupo e parabéns ao António pela forma como tem levado o espírito do Grupo de Évora, e já posso dizê-lo além fronteiras, o que faz com que me sinta cada vez mais orgulhoso em fazer parte desta grande e bonita família.
Pelo Grupo de Évora, venha vinho.
Nuno Lobo