sexta-feira, junho 28, 2013


LUTO
Esta é sem dúvida a vez que mais me está a custar a passar o que sinto para o papel. A maneira cobarde como levaram o José Maria Cortes deste nosso mundo, é arrepiante. Mas um homem, um forcado e amigo como ele, é e será sempre recordado não como um dos tais mas sim o tal. Para mim eras o exemplo como Cabo e forcado. O Grupo de Forcados Amadores de Évora envia as maiores condolências a toda a família e ao nosso amigo Grupo de Montemor.

Até sempre Cabo Cortes
 
 

Grupo de Forcados Amadores de Évora

quarta-feira, junho 19, 2013

2ª Grande entrevista 50 Anos GFAÉvora


Entrevista ao Antigo Cabo João Pedro Rosado

João Pedro Rosado foi 3º Cabo na história do Grupo de Forcados Amadores de Évora, chefiou o Grupo desde 2001 até 2008, para além do grande Cabo que foi é também um forcado da cara bastante reconhecido em todo o panorama taurino, a sua intuição como forcado aliada a sua simpatia e amizade fizeram dele uma figura de cartaz no seio do GFAÉ.

1-Como é do conhecimento de todos foste o 3º Cabo na história do nosso grupo (2001-2008) explica-nos um pouco o que é liderar um grupo de forcados e aquilo que é para ti o Grupo de forcados Amadores de Évora…

Liderar um Grupo de Forcados, como todos podem imaginar não é tarefa fácil, no meu caso considerei a minha escolha uma grande honra, mas também tive imediata noção da tremenda responsabilidade que teria, principalmente, porque ficava com a missão de continuar o trabalho daquele que foi o homem que fez renascer e repôs o Grupo de Évora no lugar que merecia.
Dentro da praça as coisas eram sempre mais fáceis, pois o grupo que recebi era uma máquina bem oleada. O trabalho de bastidores é que me deixava por vezes a cabeça em água, eu que antes de ser cabo nem tinha telemóvel (graças a Deus), passei a ter o dito a tocar a toda a hora. Treinos, contratos, seguros, jantares, hotéis, viagens, etc… isso é que foi mesmo mais complicado.
O Grupo de Évora para mim, é Tradição, Respeito, Audácia, Valor e acima de tudo Amizade.

2- Que idade tinhas quando te vestis-te de forcado pela primeira vez e como começou o teu gosto pelo touro bravo?

Tinha 16 anos. Como todos sabem, sou um homem do campo e desde sempre tive contacto com gado manso, por outro lado ia sempre às corridas com o meu pai especialmente em Évora e em Coruche. Quando fui para o liceu fiquei na mesma turma do Miguel Sotero e lá na escola havia muita rapaziada de vários Grupos, a partir daí pronto foi natural.

3- São muitos anos a acompanhar o Grupo, como antigo Cabo o que mais te orgulha quando vês o teu grupo saltar a praça para pegar um toiro?

Gosto de vos ver a fazer as coisas bem-feitas e gosto de sentir que por mais complicado que seja o toiro vocês tratam do assunto. Ao fim ao cabo gosto da confiança que vocês me dão.

4- Quais foram os forcados que mais te marcaram (antigos e/ou actuais)?

Doutros Grupos foram o Pedro Sotero, o Manuel Murteira e o Pedro Brás Pereira (Pedro Pedro). Do nosso o Guéu, o Armando Chouriço o Miguel Cutileiro. Mais recentes o Rui Sequeira, o Francisco Garcia e o António Alfacinha.

5- Quantos touros pegas-te? Quantas épocas estives-te no activo?

Sei que foram à volta de 70 não sei bem o número exacto. Dobrado fui 3 vezes disso tenho a certeza. 17 épocas.

6- Qual o momento, ou momentos, que melhores recordações lhe trazem?

Como é natural, são as recordações dos dias de triunfo, daqueles em que tudo corre bem. E das digressões.

7-Tens alguma história engraçada dos teus tempos de forcado que gostasses de partilhar connosco?

Tenho literalmente centenas delas, a maior parte já todos as conhecem, as outras ficam para aqueles momentos de tertúlia pós-jantares que acabam cedinho (seis, sete).

8-Que mensagem gostavas de deixar aos antigos, actuais e futuros forcados do Grupo de Forcados Amadores de Évora no ano em que comemoram 50 Anos de existência?

Aos actuais, que tenham uma época que dignifique a data, aos antigos que acompanhem o Grupo não só nas corridas como também nas várias iniciativas que vão decorrer ao longo do ano.

Resposta rápida:

9- Define o GFAÉ numa só palavra.
Amigos

10-Qual a praça que lhe da mais gosto pegar?

Évora (a antiga)

11-Qual o melhor momento como Forcado?
Quando peguei um toiro Lupi em Évora no concurso, toureado
pelo João Teles.
Dei 3 voltas.

12- A tua melhor pega?
Não sei

13-Ganadaria de eleição?
Passanha

14- Cavaleiro de eleição?
Francisco Núncio

15-Toureiro de eleição?
Joselito

16-Praça de eleição?
Évora

17-Fardas-te no São Pedro?
Sim


Obrigado João Pedro, és um exemplo para todos!

 
 
Foto: 2ª Grande Entrevista ao Antigo Cabo João Pedro Rosado  João Pedro Rosado foi 3º Cabo na história do Grupo de Forcados Amadores de Évora, chefiou o Grupo desde 2001 até 2008, para além do grande Cabo que foi é também um forcado da cara bastante reconhecido em todo o panorama taurino, a sua intuição como forcado aliada a sua simpatia e amizade fizeram dele uma figura de cartaz no seio do GFAÉ.  1-Como é do conhecimento de todos foste o 3º Cabo na história do nosso grupo (2001-2008) explica-nos um pouco o que é liderar um grupo de forcados e aquilo que é para ti o Grupo de forcados Amadores de Évora…  Liderar um Grupo de Forcados, como todos podem imaginar não é tarefa fácil, no meu caso considerei a minha escolha uma grande honra, mas também tive imediata noção da tremenda responsabilidade que teria, principalmente, porque ficava com a missão de continuar o trabalho daquele que foi o homem que fez renascer e repôs o Grupo de Évora no lugar que merecia.  Dentro da praça as coisas eram sempre mais fáceis, pois o grupo que recebi era uma máquina bem oleada. O trabalho de bastidores é que me deixava por vezes a cabeça em água, eu que antes de ser cabo nem tinha telemóvel (graças a Deus), passei a ter o dito a tocar a toda a hora. Treinos, contratos, seguros, jantares, hotéis, viagens, etc… isso é que foi mesmo mais complicado. O Grupo de Évora para mim, é Tradição, Respeito, Audácia, Valor e acima de tudo Amizade.  2- Que idade tinhas quando te vestis-te de forcado pela primeira vez e como começou o teu gosto pelo touro bravo?  Tinha 16 anos. Como todos sabem, sou um homem do campo e desde sempre tive contacto com gado manso, por outro lado ia sempre às corridas com o meu pai especialmente em Évora e em Coruche. Quando fui para o liceu fiquei na mesma turma do Miguel Sotero e lá na escola havia muita rapaziada de vários Grupos, a partir daí pronto foi natural.  3- São muitos anos a acompanhar o Grupo, como antigo Cabo o que mais te orgulha quando vês o teu grupo saltar a praça para pegar um toiro?  Gosto de vos ver a fazer as coisas bem-feitas e gosto de sentir que por mais complicado que seja o toiro vocês tratam do assunto. Ao fim ao cabo gosto da confiança que vocês me dão.  4- Quais foram os forcados que mais te marcaram (antigos e/ou actuais)?  Doutros Grupos foram o Pedro Sotero, o Manuel Murteira e o Pedro Brás Pereira (Pedro Pedro). Do nosso o Guéu, o Armando Chouriço o Miguel Cutileiro. Mais recentes o Rui Sequeira, o Francisco Garcia e o António Alfacinha.  5- Quantos touros pegas-te? Quantas épocas estives-te no activo?  Sei que foram à volta de 70 não sei bem o número exacto. Dobrado fui 3 vezes disso tenho a certeza. 17 épocas.  6- Qual o momento, ou momentos, que melhores recordações lhe trazem?  Como é natural, são as recordações dos dias de triunfo, daqueles em que tudo corre bem. E das digressões.  7-Tens alguma história engraçada dos teus tempos de forcado que gostasses de partilhar connosco?  Tenho literalmente centenas delas, a maior parte já todos as conhecem, as outras ficam para aqueles momentos de tertúlia pós-jantares que acabam cedinho (seis, sete).   8-Que mensagem gostavas de deixar aos antigos, actuais e futuros forcados do Grupo de Forcados Amadores de Évora no ano em que comemoram 50 Anos de existência?  Aos actuais, que tenham uma época que dignifique a data, aos antigos que acompanhem o Grupo não só nas corridas como também nas várias iniciativas que vão decorrer ao longo do ano.   Resposta rápida:  9- Define o GFAÉ numa só palavra. Amigos  10-Qual a praça que lhe da mais gosto pegar?  Évora (a antiga)  11-Qual o melhor momento como Forcado? Quando peguei um toiro Lupi em Évora no concurso, toureado  pelo João Teles. Dei 3 voltas.  12- A tua melhor pega? Não sei  13-Ganadaria de eleição? Passanha  14- Cavaleiro de eleição? Francisco Núncio  15-Toureiro de eleição? Joselito  16-Praça de eleição? Évora  17-Fardas-te no São Pedro? Sim   Obrigado João Pedro, és um exemplo para todos!
 
 
 
1ª Grande entrevista 50 Anos GFAÉvora
 


Entrevista ao Antigo Cabo João Pedro Oliveira

João Pedro Oliveira foi o 2º Cabo da história do Grupo de Forcados Amadores de Évora, fardou-se pela primeira vez com com 17 anos, no dia 5 de Agosto de 1977,na Monumental do Montijo
e comandou o Grupo desde 1989 até 2001 ano em que se despediu.

São poucas as palavras para elogiar esta figura emblemática do nosso grupo, agradecemos desde já a sua disponibilidade para esta grande entrevista e tudo o que fez pelo GFAÉ.
Entrevista Grupo de Forcados Amadores de Évora 50 Anos
É com enorme prazer que respondo ao questionário por ti enviado, pois é a altura propícia para relembrar e viver o GFAÉ, neste ano que ocorrem as comemorações do cinquentenário. É fundamental que todos os que tiveram o privilégio de vestir a jaqueta reencontrem amizades e reacendam laços que a vida condicionou com o passar dos anos.

1-Como é do conhecimento de todos foi o 2º Cabo na história do nosso grupo (1989-2001) explique-nos um pouco o que é liderar um grupo de forcados e aquilo que é para si o Grupo de forcados Amadores de Évora…
Em relação a como é liderar um grupo de forcados, no meu caso foi exteriorizar a minha enorme paixão pelo Grupo, não deixando de ser muito rigoroso comigo próprio em tudo o que se relacionava com o mesmo e fomentar uma enorme amizade entre todos, pois é sem dúvida, a pedra de toque para uma vivência sã e alcançar o êxito e consolidar tradições existentes no Grupo pois são o fermento do pão que alimenta a alma de todos os que se põem diante de tamanho desafio como é enfrentar um touro ou compartir em grupo tantas jornadas e irreverência própria da juventude.

O Grupo de Forcados Amadores de Évora é para mim uma paixão tanto pelos desafios como pelas amizades criadas defronte do perigo e algumas vezes nas adversidades e dor, mas também na glória de perpetuar o nome do grupo com embaixador de tão nobre arte de pegar touros.
2- Que idade tinha quando se vestiu de forcado pela primeira vez e como começou o seu gosto pelo touro bravo?

Fardei-me pela primeira vez com 17 anos, no dia 5 de Agosto de 1977,na Monumental do Montijo, embora já tivesse iniciado a minha fase de treino e assimilação da técnica tanto como hábitos dois anos antes.
O meu gosto pela atividade de pegar touros já existia na família pois o meu pai, além de grande aficionado, também teve uma breve passagem pelos forcados na sua juventude, mas o que me levou definitivamente a ir, foi o meu irmão Mário, não só por ser o mais velho, mas porque para mim era sem dúvida um exemplo a seguir, e como não podia deixar de acontecer ainda não pensava vir a ser forcado já vivia o Grupo de perto, pois a minha família acompanhava exaustivamente o grupo, interiorizando com muita facilidade esta paixão pelo Grupo de Forcados Amadores de Évora. Alimentada nos anos seguintes com a entrada do meu irmão Paulo, de seguida vieram os meus sobrinhos Pedro (filho do Mário), António Paula Soares (filho da Tita e do Paleca), Guilherme (filho do Mário), João Pedro Oliveira “Guga”, (meu filho), Francisco (filho do Mário), Afonso (filho da Nela), motivos mais que suficientes para continuar a viver intensamente esta paixão, agora, com mais preocupação mas sempre com uma garra e predisposição para ajudar o Grupo a alcançar os desejos dum futuro risonho e de glória.
3- São muitos anos a acompanhar o Grupo, como antigo Cabo o que mais o orgulha quando vê o seu grupo saltar a praça para pegar um toiro?

Nesta altura, quando vejo o meu Grupo saltar p’ra pega vai muito, se saiu em sorte ao meu filho, pois aumenta o grau de ansiedade, mas o sentimento que prevalece é a nostalgia dos tempos vividos, depois vêm o orgulho de ter pertencido a tão seleta estripe de homens e finalmente o agradecimento a todos os que me deram a oportunidade de ter disfrutado de maneira tão intensa e continuar a viver e sentir-me vivo tarde após tarde dentro desta família.
4- Quais foram os forcados que mais o marcaram (antigos e/ou actuais)?

Em relação aos forcados que mais me marcaram, seria exaustivo de enumerar ou correria o risco de me esquecer de algum o que seria de todo injusto, mas todos eles têm conhecimento que os guardo a todos no meu coração.
Sempre disse e continuo a acreditar que dentro de um Grupo todos são importantes e todos fazem falta. O Público se encarrega do reconhecimento da atuação de cada um, esse sim, é o que importa, para cimentar e proclamar o nome do Grupo Geração após Geração!
5- Quantos touros pegou? Quantas épocas esteve no activo?
Pergunta indiscreta. Não fui forcado com um número de realce, mas de qualquer maneira não quero que se fique a especular. Foram somente 18 touros. Gostaria que fossem mais, mas as minhas limitações técnica remeteram-me para as ajudas. Não que tenha vindo para umas funções menos importantes e desde já quero prestar uma justíssima homenagem aos ajudas que muitas vezes mereciam muito mais reconhecimento de todos.
Épocas no ativo, foram 24. Para alguns demasiado, para outros escassas. Foram sem sombra de dúvidas cheias de momentos que jamais esquecerei.

6- Qual o momento, ou momentos, que melhores recordações lhe trazem?

São inúmeros, mas não posso deixar de recordar estes pelo enorme sentimento emocional que carregam, a primeira ajuda ao meu irmão Paulo, no dia do seu aniversário, no seu regresso ao ativo após 13 anos de interregno motivado pela colhida no Concurso de Ganadarias, em 1981, com fratura de uma perna que o remeteu para a cama do hospital pelo período de 18 meses e muitos mais, pela recuperação, voltando a enfrentar o nobre inimigo, na digressão à Colômbia, mais propriamente na Praça de Manizales em 1994-01-23 e a minha primeira ajuda ao meu filho na Corrida de Pais e Filhos, mais pelo simbolismo, pela minha idade, não dele! e porque nessa pega reencontrei amigos de outros tempos.
Para culminar o toiro da minha despedida pelo que representava e porque levava atrás de mim 5 elementos da minha família.

7-Tem alguma história engraçada dos seus tempos de forcado que gostasse de partilhar connosco?

Tirando a minha apetência para perder os aviões nas digressões, recordo nas Sanjoaninas, estava eu já recolhido no quarto, tocam à porta para confirmar se o Fiat que se encontrava defronte do hotel era meu. Após deambular pelos corredores ocorreu-me que o meu irmão Mário tinha alugado um carro com essas características. De pronto dirigi-me ao seu quarto. Após bater repetidas vezes lá me abriu a porta bastante ensonado. Interpelado pelo agente da autoridade afirmando que tinha o carro mal estacionado, de pronto corrigido pelo Mário de que não era possível pois não tinha visto qualquer sinal de impedimento de estacionar, refutado de imediato pelo Sr. Agente, que o meu irmão não podia ver o sinal pois o mesmo encontrava-se debaixo da viatura.
Após mandar recolher todos aos quartos para preparar o regresso ao continente, e depois de demover o Sr. Agente de instaurar qualquer contra-ordenação, deve ser de família porque o meu irmão também perdeu o avião de regresso por ter despacho os bilhetes junto com a bagagem. Só o Mário!

8-Que mensagem gostava de deixar aos antigos, actuais e futuros forcados do Grupo de Forcados Amadores de Évora no ano em que comemoram 50 Anos de existência?

Só posso pedir que todos os que passaram, atuais e futuros nunca esqueçam que o mais importante, acima dos homens está a instituição, Grupo de Forcados Amadores de Évora, que sempre sobreviveu á erosão dos tempos e à vaidade e teimosia dos homens, fruto da amizade que nos une.
Venha vinho, venha vinho
Bota abaixo!

Resposta rápida:

9 - Defina o GFAÉ numa só palavra.
Paixão

10 -Qual a praça que lhe dava mais gosto pegar?
Évora

11 -Qual o melhor momento como Forcado?
Quando dei primeira ajuda ao meu filho.

12 - A sua melhor pega/ajuda?
Toiro da despedida

13 -Ganadaria de eleição?
Passanha

14 - Cavaleiro de eleição?
João Moura

15 -Toureiro de eleição?
Vitor Mendes

16 -Praça de eleição?
Évora

17 -Farda-se no São Pedro?
Sim.


Muito Obrigado João Pedro!


Foto: 1ª Grande Entrevista ao Antigo Cabo João Pedro Oliveira   João Pedro Oliveira foi o 2º Cabo da história do Grupo de Forcados Amadores de Évora, fardou-se pela primeira vez com com 17 anos, no dia 5 de Agosto de 1977,na Monumental do Montijo e comandou o Grupo desde 1989 até 2001 ano em que se despediu.  São poucas as palavras para elogiar esta figura emblemática do nosso grupo, agradecemos desde já a sua disponibilidade para esta grande entrevista e tudo o que fez pelo GFAÉ.           Entrevista Grupo de Forcados Amadores de Évora                                       50 Anos  É com enorme prazer que respondo ao questionário por ti enviado, pois é a altura propícia para relembrar e viver o GFAÉ, neste ano que ocorrem as comemorações do cinquentenário. É fundamental que todos os que tiveram o privilégio de vestir a jaqueta reencontrem amizades e reacendam laços que a vida condicionou com o passar dos anos.   1-Como é do conhecimento de todos foi o 2º Cabo na história do nosso grupo (1989-2001) explique-nos um pouco o que é liderar um grupo de forcados e aquilo que é para si o Grupo de forcados Amadores de Évora…  Em relação a como é liderar um grupo de forcados, no meu caso foi exteriorizar a minha enorme paixão pelo Grupo, não deixando de ser muito rigoroso comigo próprio em tudo o que se relacionava com o mesmo e fomentar uma enorme amizade entre todos, pois é sem dúvida, a pedra de toque para uma vivência sã e alcançar o êxito e consolidar tradições existentes no Grupo pois são o fermento do pão que alimenta a alma de todos os que se põem diante de tamanho desafio como é enfrentar um touro ou compartir em grupo tantas jornadas e irreverência própria da juventude. O Grupo de Forcados Amadores de Évora é para mim uma paixão tanto pelos desafios como pelas amizades criadas defronte do perigo e algumas vezes nas adversidades e dor, mas também na glória de perpetuar o nome do grupo com embaixador de tão nobre arte de pegar touros.   2- Que idade tinha quando se vestiu de forcado pela primeira vez e como começou o seu gosto pelo touro bravo?  Fardei-me pela primeira vez com 17 anos, no dia 5 de Agosto de 1977,na Monumental do Montijo, embora já tivesse iniciado a minha fase de treino e assimilação da técnica tanto como hábitos dois anos antes. O meu gosto pela atividade de pegar touros já existia na família pois o meu pai, além de grande aficionado, também teve uma breve passagem pelos forcados na sua juventude, mas o que me levou definitivamente a ir, foi o meu irmão Mário, não só por ser o mais velho, mas porque para mim era sem dúvida um exemplo a seguir, e como não podia deixar de acontecer ainda não pensava vir a ser forcado já vivia o Grupo de perto, pois a minha família acompanhava exaustivamente o grupo, interiorizando com muita facilidade esta paixão pelo Grupo de Forcados Amadores de Évora. Alimentada nos anos seguintes com a entrada do meu irmão Paulo, de seguida vieram os meus sobrinhos Pedro (filho do Mário), António Paula Soares (filho da Tita e do Paleca), Guilherme (filho do Mário), João Pedro Oliveira “Guga”, (meu filho), Francisco (filho do Mário), Afonso (filho da Nela), motivos mais que suficientes para continuar a viver intensamente esta paixão, agora, com mais preocupação mas sempre com uma garra e predisposição para ajudar o Grupo a alcançar os desejos dum futuro risonho e de glória.     3- São muitos anos a acompanhar o Grupo, como antigo Cabo o que mais o orgulha quando vê o seu grupo saltar a praça para pegar um toiro?  Nesta altura, quando vejo o meu Grupo saltar p’ra pega vai muito, se saiu em sorte ao meu filho, pois aumenta o grau de ansiedade, mas o sentimento que prevalece é a nostalgia dos tempos vividos, depois vêm o orgulho de ter pertencido a tão seleta estripe de homens e finalmente o agradecimento a todos os que me deram a oportunidade de ter disfrutado de maneira tão intensa e continuar a viver e sentir-me vivo tarde após tarde dentro desta família.   4- Quais foram os forcados que mais o marcaram (antigos e/ou actuais)?  Em relação aos forcados que mais me marcaram, seria exaustivo de enumerar ou correria o risco de me esquecer de algum o que seria de todo injusto, mas todos eles têm conhecimento que os guardo a todos no meu coração. Sempre disse e continuo a acreditar que dentro de um Grupo todos são importantes e todos fazem falta. O Público se encarrega do reconhecimento da atuação de cada um, esse sim, é o que importa, para cimentar e proclamar o nome do Grupo Geração após Geração! 5- Quantos touros pegou? Quantas épocas esteve no activo? Pergunta indiscreta. Não fui forcado com um número de realce, mas de qualquer maneira não quero que se fique a especular. Foram somente 18 touros. Gostaria que fossem mais,  mas as minhas limitações técnica remeteram-me para as ajudas. Não que tenha vindo para umas funções menos importantes e desde já quero prestar uma justíssima homenagem aos ajudas que muitas vezes mereciam muito mais reconhecimento de todos. Épocas no ativo, foram 24. Para alguns demasiado, para outros escassas. Foram sem sombra de dúvidas cheias de momentos que jamais esquecerei.  6- Qual o momento, ou momentos, que melhores recordações lhe trazem?  São inúmeros, mas não posso deixar de recordar estes pelo enorme sentimento emocional que carregam, a primeira ajuda ao meu irmão Paulo, no dia do seu aniversário, no seu regresso ao ativo após 13 anos de interregno motivado pela colhida no Concurso de Ganadarias, em 1981, com fratura de uma perna que o remeteu para a cama do hospital pelo período de 18 meses e muitos mais, pela recuperação, voltando a enfrentar o nobre inimigo, na digressão à Colômbia, mais propriamente na Praça de Manizales em 1994-01-23 e a minha primeira ajuda ao meu filho na Corrida de Pais e Filhos, mais pelo simbolismo, pela minha idade, não dele! e porque nessa pega reencontrei amigos de outros tempos. Para culminar o toiro da minha despedida pelo que representava e porque levava atrás de mim 5 elementos da minha família.   7-Tem alguma história engraçada dos seus tempos de forcado que gostasse de partilhar connosco?  Tirando a minha apetência para perder os aviões nas digressões, recordo nas Sanjoaninas, estava eu já recolhido no quarto, tocam à porta para confirmar se o Fiat que se encontrava defronte do hotel era meu. Após deambular pelos corredores ocorreu-me que o meu irmão Mário tinha alugado um carro com essas características. De pronto dirigi-me ao seu quarto. Após bater repetidas vezes lá me abriu a porta bastante ensonado. Interpelado pelo agente da autoridade afirmando que tinha o carro mal estacionado, de pronto corrigido pelo Mário de que não era possível pois não tinha visto qualquer sinal de impedimento de estacionar, refutado de imediato pelo Sr. Agente, que o meu irmão não podia ver o sinal pois o mesmo encontrava-se debaixo da viatura.  Após mandar recolher todos aos quartos para preparar o regresso ao continente, e depois de demover o Sr. Agente de instaurar qualquer contra-ordenação, deve ser de família porque o meu irmão também perdeu o avião de regresso por ter despacho os bilhetes junto com a bagagem. Só o Mário!    8-Que mensagem gostava de deixar aos antigos, actuais e futuros forcados do Grupo de Forcados Amadores de Évora no ano em que comemoram 50 Anos de existência?  Só posso pedir que todos os que passaram, atuais e futuros nunca esqueçam que o mais importante, acima dos homens está a instituição, Grupo de Forcados Amadores de Évora, que sempre sobreviveu á erosão dos tempos e à vaidade e teimosia dos homens, fruto da amizade que nos une. Venha vinho, venha vinho Bota abaixo!   Resposta rápida:  9 - Defina o GFAÉ numa só palavra.  Paixão  10 -Qual a praça que lhe dava mais gosto pegar? Évora  11 -Qual o melhor momento como Forcado? Quando dei primeira ajuda ao meu filho.  12 - A sua melhor pega/ajuda? Toiro da despedida  13 -Ganadaria de eleição? Passanha  14 - Cavaleiro de eleição? João Moura  15 -Toureiro de eleição? Vitor Mendes  16 -Praça de eleição? Évora  17 -Farda-se no São Pedro? Sim.   Muito Obrigado João Pedro!