quarta-feira, julho 30, 2014

Crónica Corrida Moura
 
Mais uma vez acompanhei o grupo de Évora numa das suas atuações, desta vez na castiça praça de Moura, e bem de perto, pois fui convidado a acompanhar o grupo entre tábuas. Queria desde já agradecer o convite e dizer que é sempre uma honra estar perto do grupo.
Tradicional corrida de Nossa senhora do Carmo em Moura em que o cartel era composto por um Curro de toiros Murteira Grave, os cavaleiros António Ribeiro Telles, Victor Ribeiro e Miguel Moura. Bem como o Real Grupo de Moura e Amadores de Évora.
Casa praticamente cheia e vamos aos Toiros.
No capítulo das lides os cavaleiros andaram bem ao seu nível destacando-se o Miguel Moura no sexto, os toiros de Murteira Grave tiveram em boa nota esxepto o terceiro que cedo se fechou em tábuas e não correspondeu na lide.
Nas pegas e pelo nosso grupo a noite teve nota positiva.
Para o nosso primeiro o António escolheu o Ricardo Sousa (Matxira), pegou ao segundo intento bem, fez as coisas bem não complicou e assim se pegam os toiros, pena que a primeira não o tenha feito pois precipitou se na reunião e não teve decisão para se fechar. Se tens feito á primeira o que fizeste na segunda poupava se uma tentativa.
Para o nosso segundo foi escolhido o Diniz, e que escolha, muitos Parabéns foi a pega da noite. Grande pega desde que entras até que sais da praça. Tudo com calma, toreria, fazer as coisas bem aguentar um grande primeiro derrote e seguir ate la atrás. Um bem aja assim dá gosto ver pegar. Uma palavrinha ao Bira que deu uma grande terceira ajuda nesta pega.
No nosso terceiro veio a surpresa da noite, e agradável surpresa. O António escolheu o Gonçalo Rovisco, num toiro sério e com uma arrancada forte, ele não quis perder a oportunidade e agarrou-a com a maior das vontades. Fez três tentativas duras, com muita calma mas sempre a crescer para o toiro de tentativa para tentativa. A primeira não conseguiste reunir, a segunda emendaste te e fizeste uma grande tentativa pena os ajudas não terem um pouco mais de decisão. Á terceira fazes outra grande tentativa e pegas o toiro, muitos parabéns. Não podia deixar um grande bem aja uma grande prova de valentia, que assistimos na praça de Moura, exemplo de espirito de sacrifício, amor a jaqueta e entrega ao grupo, JOSÈ MARIA MENÈRES MUITOS PARABÉNS e obrigado por a tua entrega ao nosso grupo. Que sova monumental que levaste na primeira tentativa, vão-te buscar não sais, vais la outra vez sem saberes bem como, metes te como um leão, voltam a ir-te buscar, não viras a cara e dás outra grande ajuda na terceira tentativa, sem saber já com que forças. Uma grande bem aja e que grande exemplo.
O grupo de Moura realizou três pegas a primeira tentativa, estiveram bem sem facilitar e quando assim é as coisas correm bem.
Após a corrida tivemos o prazer de participar num muito agradável e divertido jantar em conjunto com o Grupo de Moura, com muita animação como já vai sendo tradição.
Que o resto da época corra pelo melhor, que ninguém se aleije e que tenham os maiores êxitos possíveis. Um grande abraço deste vosso amigo e admirador Vasco Costa
Pelo grupo de Évora:
Venha Vinho
Venha Vinho
Venha Vinho

Vasco Costa

quarta-feira, julho 23, 2014

Crónica Homenagem Mestre João Branco Núncio
11/07/2014
 
 
Olá amigos e aficionados do Grupo de Évora
 
Antes de expressar qualquer opinião sobre a corrida, duas notas previas, primeiro, agradecer ao António o convite, que tanto me honra, de escrever umas simples palavras. Segundo, alertar os leitores que não sou cronista nem critico taurino e apenas darei a minha opinião e irei realçar pormenores que entendo de realce.
A corrida era de homenagem ao Mestre João Branco Núncio, logo o cartel era composto maioritariamente por Núncios. A começar nos touros, 6 Núncios que a meu ver cumpriram no dever das suas obrigações. Saíram á Arena de Évora dois novilhos e quatros touros. Novilhos estes que foram lidados pelos bisnetos do homenageado, Francisco e António Núncio e os quatro touros toureados respectivamente pelos cavaleiros João Moura, António Ribeiro Telles, Francisco Núncio e Manuel Lupi. Destes, realço a lide de Francisco Núncio, neto do homenageado, que foi a que trouxe mais emoção até junto do público e foi reconhecido pelo mesmo na sua volta á arena muito aplaudida. Era de facto a noite dos Núncios!
Quantos ás pegas estavam a cargo do Grupo de Forcados Amadores de Évora e do Real F.A  de Moura, que se a memória não me falha se estreava na capital do forcado amador. Em boa hora o fez, pegando dois touros á primeira e um á segunda, através dos seus forcados Javier Cortejano á primeira, Cláudio Pereira também á primeira e o cabo Valter Rico á segunda tentativa. Parabéns ao grupo de Moura, pela actuação e pela forma como se fazem representar nesta arte de pegar touros.
Falando agora do meu grupo, GFAE, não foi das noites mais conseguidas. Bem sei que tudo fazemos para atingirmos o sucesso, embora nem sempre seja possível, mas tendo em conta que vestimos “aquela jaqueta” a exigência é máxima.
Para o primeiro da noite o António escolheu o Gonçalo Rovisco, e que boa escolha!  O Gonçalo andou bonito, forcado elegante e de pisar fino, no entanto faltaram-lhe um pouco de braços para ficar na primeira tentativa. Acabou por consumar a pega á segunda tentativa com o grupo a fechar bem e a deixar uma imagem que tem futuro, assim ele o entenda. Parabéns Gonçalo!
Para a segunda pega da noite, o António inovou e escolheu para a sorte de cernelha a dupla Cláudio Carujo e João Madeira. O Cláudio, forcado experiente, sempre gostou de dar a sua mãozinha e fazer-nos uma surpresa. Brindaram a pega ao R.F.A. Moura pela amizade que une os dois grupos. O touro tinha sentido e não encabrestava, no entanto, a dupla entrou certeira e resolveram. Uma pequena nota ao João, deves rabejar para o lado do cernelheiro para facilitar a pega e a sua parelha. Certamente uma boa experiência e para repetir (“Estão a arranjar lenha para se queimarem…” ahahah)
Para o último da noite, o Alface escolheu o Ricardo Sousa, vulgo “Matxira”. Este pequeno, grande forcado de uma alma imensa e coração quente. O Ricardo tem nos habituado aos 8 e aos 80, no entanto, anda a insistir nos 8…Todos estamos ansiosos que regresses aos 80 e certamente o farás, não só pela tua vontade em triunfar, mas também por quereres honrar a nossa jaqueta. Mas falando sério, um conselho a ti Ricardo, por vezes nos touros esse coração resulta e muito, mas também temos de esfriar um pouco e ter o descernimento de ver o que temos pela frente. Na minha opinião, faltou-te um pouco de calma para consumares uma grande pega. Tenho a certeza que sucessos não te faltarão e te tornarás num forcado mais maduro. Uma referência ao Miguel Saturnino, que esteve mais uma vez muito bem, com uma ajuda vistosa ao enpranchar-se e rodar por cima do touro, mas ao mesmo tempo eficaz, assegurando que o forcado da cara se mantivesse.
Por fim, realço três aspectos positivos no decorrer da corrida. O fado do Francisco Sobral durante a volta dos forcados, o bom trabalho executado pelos campinos a cavalo no recolher dos touros e por último a bonita e sentida homenagem na cidade de Évora ao cavaleiro e Mestre João Branco Núncio, perpetuada pela empresa através de uma lápide colocada na praça onde tantas vezes triunfou.
Parabéns ao grupo e parabéns ao António pela forma como tem levado o espírito do Grupo de Évora, e já posso dizê-lo além fronteiras, o que faz com que me sinta cada vez mais orgulhoso em fazer parte desta grande e bonita família.
Pelo Grupo de Évora, venha vinho.
Nuno Lobo
 

Crónica São Pedro

 
Caros amigos,

Mais uma vez volto a ser honrado pelo pedido do Cabo António Alfacinha, para fazer alguns comentários sobre a corrida de S. Pedro, que ocorreu este ano, um dia antes da data tradicional, que, ao  não saber os motivos abstenho-me de comentar, mas fico de alguma maneira na expetativa de ver se no próximo ano não se volta a trocar a data tradicional, pois o dia de S.Pedro  em 2015, acontece a uma segunda-feira e sem Mundial.

Voltando à crónica, do primeiro toiro, não me foi possível ver a atuação do cavaleiro mais antigo, Joaquim Bastinhas, do qual o meu lamento, porque perdi com toda a certeza uma faena emotiva e cheia de arte como é apanágio das suas atuações.
Abriu a atuação do G.F.A.Évora, Gonçalo Pires, forcado de confiança, de fina estampa,  e  de veterania, deu o mote aos restantes elementos de como se brilha em noite de compromisso, como é pegar seis toiros na Praça (Arena) de Évora  e com oponentes que já não apresentam a morfologia, encaste d’outros tempos. Contudo não deixam de ser Passanhas.

Nota negativa à maneira como o Grupo ajudou este toiro.
António Telles como sempre esteve correto e duma honestidade toureira, sempre com algum pormenor como apontamento.

Para a pega saltou Dinis Caeiro, que me honrou com o brinde da sua sorte, com maneira muito correta como pisou os terrenos de compromisso, consumando com acerto mais uma pega vibrante.  Acerto também nas ajudas.
Terceiro toiro, foi sem sombra de dúvida, o momento menos conseguido tanto por Rui Fernandes, que teve noite sem o  brilho de outras noites. Há atuações assim. Até para as figuras.

Na pega, Rui Gomes com um toiro cómodo, conseguiu complicar. Não era noite para os “Rui’s” brilharem, no caso do forcado, ausência de experiência para enfrentar a responsabilidade de pegar em palco tão exigente como a Praça d’Évora, condicionou o seu desempenho, consumando ao excessivo terceiro intento. Foi pena, pois a atuação do grupo vinha pautada por altíssimo nível.

Quarto toiro para João Maria Branco, a substituir o lesionado Moura Caetano (a quem desde já envio votos de rápidas melhoras).Noite de êxito para cavaleiro, noite para recordar.
Em relação á pega, não me vou alongar aos comentários, não só pelo facto do forcado a quem coube a responsabilidade de defender os pergaminhos do grupo, frente a toiro com trapio, morfologia  e investida que nos transportava a tempos em que esta ganadaria tinha mais compromisso ser meu filho e poderia por orgulho ou vaidade transcrever para o papel o sentimento de pai babado, contudo não posso deixar de realçar a coesão dos ajudas, em especial o José Maria Menéres, numa primeira ajuda hino aos ajudas e assim ficou expresso o porquê desta ser a forma por excelência duma sorte plena com princípio meio e fim.

Ao João Pedro, que a sorte te acompanhe sempre, um grande Olé a mais um momento sublime.
Quinto toiro saiu a M.Prieto, que esteve  com acerto nesta brega. Não é por escassez de valores que a tauromaquia, como alguns querem  fazer passar tem o futuro condicionado, antes pelo contrário está mais que garantido.

João Madeira com noite para destaque no seu albúm  de recordações, tanto pela magnifica pega, que embora ao segundo intento, talvez por excesso de nervos ou infortúnio no recuar na primeira tentativa com o “asteado” a passar ao lado, corrigiu com acerto ao segundo intento com galhardia e momento de reunião exemplar. Duarte Tirapicos de forma elevada nas ajudas.
Pegar um toiro e rabejar cinco outros, é sem dúvida motivo para satisfação. O meu Olé!

Alegria e pondenor, foi o que o colombiano Jacob Botero trouxe a Évora, lide agradável, com ritmo e muito muito conseguida.
António Alfacinha, um nome que não se consegue desassociar de momentos de raça, valentia e saber, numa sorte toda ela vibrante, correta só ao alcance dos predestinados para momentos únicos.

Um Homem, um Cabo que merece os maiores elogios pela extraordinária pega a fechar a noite  memorável. É também altura de dar glória aos ajudas que em noite de compromisso não se cansaram de gritar aos quatro ventos estamos aqui. E de que maneira o fizeram brilhante não fosse a primeira pega, nas outras cinco arrasaram. Olé!!!

Que a sorte acompanhe o António na espinhosa tarefa de comandar este grupo de jovens, que  enche de orgulho aqueles que em tempos idos, já tiveram o prazer e orgulho de vestir a jaqueta do G.F.A.Évora.
Estão de parabéns , foi uma atuação de enorme valor, enorme é agora a vossa responsabilidade pois a margem de falharem é muito menor, venham toiros e mais toiros.

Não posso terminar sem endereçar um forte abraço ao Ganadeiro Diogo Passanha pelo soberbo curro que enviou a Évora, está explicado porque ser Ganadeiro é tão apaixonante.
O meu lamento:

Não ser possível descrever com mais pormenor todos os momentos das pegas e seus intervenientes por desconhecimento que iria escrever a crónica, não tomei  os devidos apontamentos.
O ganadeiro não ter sido chamado à arena porque foi sem dúvida o grande responsável pelo espetáculo e seu nível.

Não se ter premiado com forte ovação o labor e mestria dos campinos (recolher dos toiros com campinos a cavalo), resultou em pleno. Espero que se repita.
Que diabo, tanta volta de agradecimento sem justificação. No quarto toiro, apenas volta e chamada a médios dos triunfadores desta memorável corrida de toiros, pelo menos mais uma volta.

Acabo os comentários sobre talvez o melhor espetáculo taurino desta temporada.
Venha vinho, venha vinho, venha vinho, Bota abaixo.

João Pedro Oliveira