sexta-feira, agosto 09, 2013


Crónica Corrida em Vale Verde
 

Começo por pedir desculpas a todos os acompanhantes do no site e aos antigos elementos em especial, porque também eu sei o que é estar ansiosamente à espera que seja publicado o habitual resumo das corridas do nosso Grupo quando não nos é possível estar fisicamente presentes. O atraso deste resumo é apenas da minha exclusiva responsabilidade uma vez que o nosso Cabo me convidou no dia seguinte à corrida, no entanto esta semana, profissionalmente tem sido algo apertada……Muito obrigado António pelo convite!!!

Noite fria e desagradável de 3 de Agosto de 2013 em Valverde, Terra pequena de gentes hospitaleiras por onde tantos antigos e actuais elementos do nosso Grupo passaram durante as suas vidas académicas dada a proximidade que o pólo da Universidade, Mitra.

No que se refere à corrida de Toiros em causa, podemos dizer que se viu bastante bem (tirando o frio e vento) mas que teve emoção do princípio ao fim.

Os cavaleiros, Rui Salvador, Marcos José e o praticante David Oliveira, estiveram em plano aceitável e cumpridor sem se poder dizer que tenha havido alguma lide fantástica. Os Toiros de Santiago, no meu entender saíram sempre de menos a mais, uma vez que para as pegas saíram bem e sem criar grandes complicações, quando as coisas eram bem feitas!

Para mim a corrida teve uma emoção acrescida porque foi a primeira vez que estivemos em praça com os nossos Amigos do Grupo de Montemor-o-Novo depois da recente tragédia e confesso que me emocionei como alguns pormenores de elementos do seu Grupo. O Grupo de Montemor resolveu bem as pegas aos 2 primeiros Toiros complicando um pouco a situação no seu último, pareceu-me que se tratou de um ligeiro excesso de confiança mas que acabou por ser bem resolvido sem deixar mancha.

Quanto ao nosso Grupo, o António optou por dar oportunidades a elementos que tem funcionado menos, poupar os mais rodados e “punir” os que estiveram menos bem nas últimas ocasiões, gestão correctíssima na minha modesta opinião.

No primeiro Toiro que nos calhou em sorte foi o João Madeira o escolhido, que agradável surpresa! Eu ainda não tinha tido oportunidade de ver o João pegar de caras e fiquei deveras entusiasmado, tratava-se de um Toiro que tinha dificuldades em se fixar e que o João entendeu na perfeição, se me permitem, podia apenas ter tirado mais um passinho na cara do Toiro para evitar aquele 1º derrote mais violento. De salientar também o desempenho dos ajudas, sem desprimor para os restantes mas gostava de destacar o Bira nas primeiras, o Beirão nas segundas e o Rego nas terceiras, muito bom! E o resultado foi a pega da noite, acrescento ainda a violência do Toiro já lá a trás, que tudo fez para desfeitear o forcado da cara, que se agarrou com muita vontade e um grande crer. Um bom exemplo de um novo elemento no grupo, apesar da experiência por outros lados, mas que tem sabido esperar e agarrar as oportunidades sem precipitações, tanto a pegar de caras como a rabejar.

Para o nosso segundo Toiro, o António confiou no Francisco Oliveira, um forcado que tem vindo a crescer dentro do Grupo e que se tem mostrado muito regular, nesta noite me Valverde as coisas não lhe correram tão bem, mas não belisca em nada o percurso que vem a percorrer, julgo que a determinada altura houve da parte do nosso “Monkey” mais coração que cabeça, o que é preciso ter cuidado porque a segunda tentativa é de criar arrepios a quem está na bancada… devia ter deixado o toiro descansar um pouco, em vez disso entrou pelo toiro “a dentro” em terrenos do oponente, consumou à 3.ª tentativa, mais a resolver que a brilhar. Era um Toiro pouco franco daí as dificuldades do Monkey e do ajudas que quando chegavam já não podiam fazer nada, ingrata a 1.ª ajuda do Kada, em especial na 2.ª tentativa que quando vem a ajudar, o Toiro tira a cara e deixa-o sem hipóteses de ficar a ajudar.

O sexto da noite para mim é a pêra doce da corrida, sem que se tratasse de um “diabo à solta” dos perigosos. Aos meus olhos o Toiro até vêm sempre franco para a pega, o que me pareceu é que o Gomes não se fechava na cara Toiro, julgo, sem querer estar a bater muito no ceguinho, até porque estivemos à conversa depois da corrida e o Gomes estava bastante em baixo e consciente dos erros que tinha cometido, no entanto a minha visão da pega é que lhe faltou preparação física para aquele Toiro, mais uma vez sou obrigado a elogiar o desempenho de 2 ajudas, mas não querendo que todos os outros achem que estiveram mal, simplesmente estes destacaram-se mais, Bira, novamente a dar 1.ª e também novamente o Rego a fechar a pega. Quero também salientar a importância de um forcado mais experiente dentro de praça e isso viu-se nesta pega, o Árabe com muito acerto e correcção a falar com o Gomes sem que fosse necessário a designada, RGF (Reunião Geral de Forcados, como no meu tempo designávamos….lol)

Deixo aqui uma palavra a todos os que estavam mais em baixo neste dia, esta Arte de pegar Toiros exige um grande esforço e entrega, esforço porque temos que nos preparar física e psicologicamente, entrega porque abdicamos de muitas outras coisas das nossas vidas para viver quase única e exclusivamente para os nossos amigos do Grupo deixando todos os outros amigos, família e namoradas para trás. Não desmoralizem, ainda para mais com as corridas que ai vêem e não queiram fazer as coisas à pressa, o mais importante é fazê-lo com máxima entrega e instinto…….

  Grande Abraço a todos e Sorte para esta dura semana que começa sexta em Redondo.

Abraço,

Venha Vinho!

Fernando Luis