Crónica Corrida em Vale Verde
Começo por pedir desculpas a todos os acompanhantes do no
site e aos antigos elementos em especial, porque também eu sei o que é estar
ansiosamente à espera que seja publicado o habitual resumo das corridas do
nosso Grupo quando não nos é possível estar fisicamente presentes. O atraso
deste resumo é apenas da minha exclusiva responsabilidade uma vez que o nosso
Cabo me convidou no dia seguinte à corrida, no entanto esta semana,
profissionalmente tem sido algo apertada……Muito obrigado António pelo
convite!!!
Noite fria e desagradável de 3 de Agosto de 2013 em Valverde,
Terra pequena de gentes hospitaleiras por onde tantos antigos e actuais
elementos do nosso Grupo passaram durante as suas vidas académicas dada a
proximidade que o pólo da Universidade, Mitra.
No que se refere à corrida de Toiros em causa, podemos dizer
que se viu bastante bem (tirando o frio e vento) mas que teve emoção do princípio
ao fim.
Os cavaleiros, Rui Salvador, Marcos José e o praticante David
Oliveira, estiveram em plano aceitável e cumpridor sem se poder dizer que tenha
havido alguma lide fantástica. Os Toiros de Santiago, no meu entender saíram
sempre de menos a mais, uma vez que para as pegas saíram bem e sem criar
grandes complicações, quando as coisas eram bem feitas!
Para mim a corrida teve uma emoção acrescida porque foi a
primeira vez que estivemos em praça com os nossos Amigos do Grupo de
Montemor-o-Novo depois da recente tragédia e confesso que me emocionei como
alguns pormenores de elementos do seu Grupo. O Grupo de Montemor resolveu bem
as pegas aos 2 primeiros Toiros complicando um pouco a situação no seu último,
pareceu-me que se tratou de um ligeiro excesso de confiança mas que acabou por
ser bem resolvido sem deixar mancha.
Quanto ao nosso Grupo, o António optou por dar oportunidades
a elementos que tem funcionado menos, poupar os mais rodados e “punir” os que
estiveram menos bem nas últimas ocasiões, gestão correctíssima na minha modesta
opinião.
No primeiro Toiro que nos calhou em sorte foi o João Madeira
o escolhido, que agradável surpresa! Eu ainda não tinha tido oportunidade de
ver o João pegar de caras e fiquei deveras entusiasmado, tratava-se de um Toiro
que tinha dificuldades em se fixar e que o João entendeu na perfeição, se me
permitem, podia apenas ter tirado mais um passinho na cara do Toiro para evitar
aquele 1º derrote mais violento. De salientar também o desempenho dos ajudas,
sem desprimor para os restantes mas gostava de destacar o Bira nas primeiras, o
Beirão nas segundas e o Rego nas terceiras, muito bom! E o resultado foi a pega
da noite, acrescento ainda a violência do Toiro já lá a trás, que tudo fez para
desfeitear o forcado da cara, que se agarrou com muita vontade e um grande crer.
Um bom exemplo de um novo elemento no grupo, apesar da experiência por outros
lados, mas que tem sabido esperar e agarrar as oportunidades sem precipitações,
tanto a pegar de caras como a rabejar.
Para o nosso segundo Toiro, o António confiou no Francisco
Oliveira, um forcado que tem vindo a crescer dentro do Grupo e que se tem
mostrado muito regular, nesta noite me Valverde as coisas não lhe correram tão
bem, mas não belisca em nada o percurso que vem a percorrer, julgo que a
determinada altura houve da parte do nosso “Monkey” mais coração que cabeça, o
que é preciso ter cuidado porque a segunda tentativa é de criar arrepios a quem
está na bancada… devia ter deixado o toiro descansar um pouco, em vez disso
entrou pelo toiro “a dentro” em terrenos do oponente, consumou à 3.ª tentativa,
mais a resolver que a brilhar. Era um Toiro pouco franco daí as dificuldades do
Monkey e do ajudas que quando chegavam já não podiam fazer nada, ingrata a 1.ª
ajuda do Kada, em especial na 2.ª tentativa que quando vem a ajudar, o Toiro
tira a cara e deixa-o sem hipóteses de ficar a ajudar.
O sexto da noite para mim é a pêra doce da corrida, sem que
se tratasse de um “diabo à solta” dos perigosos. Aos meus olhos o Toiro até vêm
sempre franco para a pega, o que me pareceu é que o Gomes não se fechava na
cara Toiro, julgo, sem querer estar a bater muito no ceguinho, até porque
estivemos à conversa depois da corrida e o Gomes estava bastante em baixo e
consciente dos erros que tinha cometido, no entanto a minha visão da pega é que
lhe faltou preparação física para aquele Toiro, mais uma vez sou obrigado a
elogiar o desempenho de 2 ajudas, mas não querendo que todos os outros achem
que estiveram mal, simplesmente estes destacaram-se mais, Bira, novamente a dar
1.ª e também novamente o Rego a fechar a pega. Quero também salientar a importância
de um forcado mais experiente dentro de praça e isso viu-se nesta pega, o Árabe
com muito acerto e correcção a falar com o Gomes sem que fosse necessário a
designada, RGF (Reunião Geral de Forcados, como no meu tempo designávamos….lol)
Deixo aqui uma palavra a todos os que estavam mais em baixo
neste dia, esta Arte de pegar Toiros exige um grande esforço e entrega, esforço
porque temos que nos preparar física e psicologicamente, entrega porque
abdicamos de muitas outras coisas das nossas vidas para viver quase única e
exclusivamente para os nossos amigos do Grupo deixando todos os outros amigos,
família e namoradas para trás. Não desmoralizem, ainda para mais com as
corridas que ai vêem e não queiram fazer as coisas à pressa, o mais importante
é fazê-lo com máxima entrega e instinto…….
Grande Abraço a todos
e Sorte para esta dura semana que começa sexta em Redondo.
Abraço,
Venha Vinho!
Fernando Luis