segunda-feira, agosto 13, 2007

Góis - 12 de Agosto

Nesta digressão a terras Beirãs, fez o comentário o elemento mais velho do Grupo que não se fardou, visto estarmos "por nossa conta" sem acompanhantes nem convidados... O Bernardo é também um elemento preponderante na vida do nosso Grupo, e um forcado de Dinastia com muitas provas dadas, muito saber e autoridade para comentar tudo o que com Tauromaquia se relacione...

"Corrida de Góis 12/13 de Agosto
Estamos em Agosto, mês por excelência de festas e romarias e mais uma vez, à semelhança de anos anteriores tivemos a nossa pequena digressão pelos caminhos de Portugal. Desta vez o destino ditou-nos Góis, pequena localidade rodeada pela bonita Serra da Lousã, bem no centro do País. Vila bonita, recheada de história e paisagens de cortar a respiração, fazendo lembrar um pouco os Cantões Suíços em pleno Verão, podendo assim ser considerada uma digressão do GFAE à Suíça, lembrando outros tempos e citando Pedro Oliveira, o Rei. Fardámo-nos nos Bombeiros Voluntários de Góis, o que se revelou providencial, como mais adiante explicarei melhor. Tivemos o prazer de nos fazermos acompanhar pelo Armando Raimundo, forcado retirado, que nos acompanha sempre que pode nestas pequenas incurssões ao interior do nosso Portugal das Toiradas, tivemos também a companhia do Rui Sequeira, o grande Mata, que, apesar de evitar por completo as praças desmontáveis, acompanhou-nos neste passeio. Realço ainda a presença do nosso único acompanhante não forcado, o pai do Luís Engeitado, é de louvar uma pessoa que nos acompanha para "o sitío onde o Inverno passa o Verão", pois a temperatura era invernil e o pingo estava sempre presente na ponta dos narizes, muita humidade....
Para a corrida anunciavam-se os cavaleiros Vitor Gonçalves, Carlos Alves e Joana Andrade, grupos de forcados amadores de Évora e Portalegre, perante toiros de Higino Soveral.
Corrida fria, sem qualquer tipo de ambiente, sem qualquer aliciante e com apenas 200 pessoas a assistirem à mesma.Os cavaleiros, sentiram enormes dificuldades perante um curro desigual de pesos mais igual de comportamentos, perigosos, mansos, violentos, sem marrar, toiros a evitar!
Perante este panorama e dado o enquadramento do espectáculo a que se assistia, adivinhavam-se dificuldades para pegar os toiros. Para o primeiro, um toiro grande de mais para a praça, muito manso, sem investida, o João Pedro escolheu o Gonçalo Pires, forcado jovem mas com grande sentido de reponsabilidade e discernimento para este tipo de situações, não se deram vantagens ao toiro e o Gonçalo fez uma pega boa, superiormente ajudado pelo Rui Sequeira nas primeiras, realçando também a entrada do José Maria Meneres nas segundas. Primeiro problema resolvido.
O segundo toiro, mais pequeno foi cumpridor, para este foi escolhido o Vasco Fernandes, forcado muito jovem mas com muita raça e merecedor deste toiro por aquilo que demonstrou em Albufeira, pena não ter sido numa praça mais agradável, mas continuando assim, rapidamente aparecerão essas praças no seu horizonte. O Vasco citou com muita elegância, de largo, fazendo o toiro sair com prontidão, no momento da reunião o toiro procurou o Vasco e ele esteve perfeito em colocá-lo com a voz, reunindo muito bem, foi também muito bem ajudado pelo Zé Meneres nas primeiras e pelo Miguel Saturnino nas segundas. Todo o grupo esteve muito bem a ajudar.
Terceiro toiro, segundo problema, um toiro ainda mais manso que o primeiro, nem marrava, a solução foi um cernelha perigosa, sem cabrestos mas brilhantemente executada pelo Diogo Cabral e pelo rabejador do Grupo de Portalegre. Realço o sangue frio de ambos e o voluntarismo dos mesmos, toiros assim dão de facto um amargo de boca a qualquer forcado. Saliento a prestação do nosso Francisco Alves, bastante mais calmo e trabalhando mais com os braços do que com a cabeça, as coisas resultaram com vistosidade.
O Grupo de Portalegre realizou as suas duas pegas ao primeiro intento, também com o intuito de resolver os problemas que os toiros apresentavam, estiveram bem.
Voltámos rapidamente ao nosso Quartel de Bombeiros para a desfardação e, como referi mais acima, ainda bem que lá estávamos pois o carro do Armando avariou-se, não abria e tinha toda a bagagem dentro, a solução foi a experiência de uma jovem bombeira que com o auxílio de um desencarcerador partiu o vidro do carro para podermos ter acesso ao seu interior...quarto problema!..também resolvido!
Seguimos viagem para a Figueira da Foz, onde tinhamos uma mesa à nossa espera no restaurante Caçarola, restaurante oficial do Grupo quando andamos no centro de Portugal, grande jantar. Destes dois dias aquilo que de positivo destaco foi a coesão do grupo na resolução dos problemas dos toiros, o jantar e convívio na Figueira da Foz e a união que cada vez mais se sente no GFAE, assim a palavra amizade não é apenas mais uma palavra do dicionário, é uma palavra carregada de significado.
Um abraço, Bernardo Salgueiro Patinhas "