sexta-feira, agosto 10, 2007

Terrugem - 3 de Agosto

Dia 3 de Agosto, ainda envolvidos na aura do triunfo da noite anterior no Campo Pequeno, deslocámo-nos à simpática vila da Terrugem que tão bem nos acolhe sempre que por lá passamos. Enfrentávamos um curro de Nuno Casquinha, ganadaria com fama de colocar geralmente dificuldades para a pega. Reinava pois um misto de alegria e expectativa no seio do Grupo.
Os toiros acabaram por saír no cômputo geral bem, e o nosso Cabo enviou para a cara do 1º Toiro o António Moura Dias que pegou à segunda, estando irrepreensível nas 2 tentativas que fez, na primeira um pouco de azar nas ajudas.
Para o nosso 3º o João mandou o Francisco Abreu, forcado da zona, que se tem notabilizado nas ajudas, e que é um ajuda de valor, mas que em ocasiões como esta gosta de pegar. Esteve desacertado na 1ª tentativa, consumou à segunda sem problemas.
Como já repararam, deixei para último o nosso 2º Toiro, e fi-lo propositadamente para falar de um enorme amigo e grande senhor do Grupo de Évora e da Tauromaquia. Para este toiro o João enviou o Manuel Rovisco, forcado consagrado de pegas duras e emblemáticas, que perto de casa, perto dos seus, tinha oportunidade de levar um “rebuçado” e com um toiro à medida luzir-se entre paisanos. Mas a festa e os toiros por vezes são ingratos, bem como a vida, e nesse toiro que não teve problemas e que ele garbosamente pegou “sem espinhas” à primeira tentativa, o azar acabou por bater à sua porta e fracturou a tíbia e o peróneo. Pois é, o Manel que tantos toiros “fieros” já enfrentou e que tantos “diabos” já superou descalçando inúmeras “botas” ao nosso Grupo, acabou por caír quando e como ninguém esperava. Mas caíu de pé, como só os grandes fazem...
Pegou o seu toiro à primeira e saíu de maca. Aqui mais uma lição de pundonor e maestria ele nos deixou a todos, sempre com um sorriso na cara, e até levantando-se da maca para agradecer ao público que o aplaudia... Que emoção Manel, não me irei esquecer...
Como diz o nosso Cabo, na festa os grandes professores são os toiros, e na Terrugem, todos nós tivemos uma lição de humildade e de que qualquer toiro nos pode ferir seriamente. De que o ânimo e a importância tem de ser dada por igual a qualquer toiro, senão corremos riscos sérios. Não que o Manel tenha ido de ânimo leve, pelo contrário, ele estava empenhadíssimo na sorte, mas um toiro, como fera é imprevisível, e a linha que separa a sorte grande do azar fatal é muito ténue, e por vezes esses dois extremos confundem-se .
Agora Manel és tu quem tem de pegar o “toiro” da lesão, mas conta como sempre com o nosso apoio, o apoio destes teus amigos, pois muito em breve sei que estarás junto de nós para fazer o que mais gostas, o que melhor sabes, e o que nos enche de orgulho ver-te fazer com a nossa jaqueta vestida, Pegar Toiros.
A ti te desejamos sorte e muita força, e como tu mesmo dizes em tom de brincadeira, agora digo-to eu de forma bem séria:
Um grande Bem-Haja por andares na Festa Manel!!!

Manuel Silveira