domingo, agosto 16, 2015


 Corrida Homenagem Grupo Santarém

No seguimento do convite que me foi endereçado pelo nosso Cabo António, aqui apresento alguns apontamentos sobre a corrida realizada em Évora no passado dia 10, agradecendo ainda a confiança que o António depositou nos meus parcos dotes de escrita.
Antes de comentar a actuação do GFAE, aproveito a oportunidade para endereçar os meus sinceros parabéns ao Grupo de Santarém pelo marco histórico que atingiram na tauromaquia Mundial, 100 anos sempre pautados pela qualidade e seriedade. Um bem haja a todos que ao longo de um século dignificaram tão prestigiada jaqueta assim como a figura impar do Forcado amador.
Relativamente á corrida, pelos curros saíram 6 toiros da ganadaria Fernandes de Castro, dispares de apresentação e que no conjunto transmitiram a emoção característica do encaste Atanásio, sem facilidade para cavaleiros e forcados quando estes não estiveram ao nível desejado.
A actuação do nosso Grupo, não sendo redonda (porque essas só acontecem em sonhos), teve aspectos muito positivos que deixam indicações que o futuro está assegurado com a qualidade desejada.
Para o primeiro toiro do lote do GFAE foi escolhido o pequeno (grande) Dinis, brindou ao Grupo de Santarém e após um cite sereno e um bom momento de reunião fechou-se como uma lapa para concretizar uma belíssima pega á primeira tentativa, bem ajudado por todo o Grupo e com uma oportuna ajuda do Bernardo quando o touro estava um pouco “destapado”, repetindo a boa ajuda ao mesmo forcado na corrida de São Pedro. Quero deixar uma palavra especial ao Dinis, que voltou muito bem após lesões sucessivas dentro e fora da praça.
No segundo da ordem, saltou tábuas o João Madeira, que após um cite calmo e correcto, com mando nos tempos da investida, executou á primeira tentativa uma bela e segura pega, transparecendo para as bancadas a sensação de uma pega fácil sem que tenha existido facilidade alguma.
Para fechar a actuação do GFAE, perante um toiraço que mais parecia o irmão mais velho dos seis lidados, o Cabo escolheu o Francisco, que vinha dando excelentes indicações desde as primeiras corridas da temporada. Não sei se estava com pressa ou era a enorme vontade que sempre pauta as suas actuações, mas o Francisco Oliveira precipitou-se e penso que não entendeu a investida do toiro. Carregar um toiro destes quando este já se arrancou é meio caminho para o desaire. Gosto da maneira como pegas mas desta vez não resultou como querias e como já fizeste anteriormente. Estou convicto que foi o espinho que por vezes aparece para que um Homem se possa superar. Nesta pega gostaria de deixar uma palavra de admiração e agradecimento ao José Maria (Carraço), pois demonstrou uma vez mais uma entrega total ao Grupo e á concretização da pega.
Por ultimo (mas não em ultimo), nas actuações que presenciei na presente temporada, sempre que o forcado da cara permitiu ao Grupo ajudar, os 7 elementos que seguem o forcado da cara e que na maioria das vezes funcionam na “sombra”, ajudaram superiormente.
As minhas últimas palavras vão para o enorme Rovisco, que pese o passar dos anos (que não perdoam), continua com uma maestria só alcançável por muito poucos, até no socorro a um bandarilheiro tocado foi dos primeiros a chegar…detalhes de um Grande.
Desejo a todos uma continuação de época em crescendo, sem lesões e que todos os que delas recuperam tenham um rápido e auspicioso regresso
Pelo Grupo de Évora, venha vinho
João Cortez Pereira