quarta-feira, setembro 18, 2013

Crónica Corrida Campo Pequeno


Praça de Toiros: Campo pequeno
- Data: 5/09/2013 pelas 22.00 horas
- Organização:
Empresa do Campo Pequeno
- Ganadaria: Murteira Grave
- Cavaleiros: António Ribeiro Telles, Pablo Hermoso de Mendoza e Miguel Moura - Grupos de Forcados Amadores:  GFA Lisboa e  GFA Évora.
- Assistência: Praça cheia
 
O Grupo de Forcados Amadores de Évora integrou o cartel, daquela que foi a corrida da presente temporada, que maior afluência levou à nossa primeira praça do Campo Pequeno.
Sem dúvida que era a corrida que trazia maior expectativa ao aficionado, tal não era a promessa da qualidade do Cartel. No entanto, essa expectativa foi defraudada pela mansidão generalizada do curro de touros apresentado. E começando esta minha crónica precisamente pelos touros, permitam-me os atuais elementos do GFAE, que recorde com saudade as corridas que a minha geração teve com esta ganadaria. Era uma ganadaria destinada às grandes pegas, tal não era a bravura, a prontidão, e a forma como se empregavam na lide. Eram corridas duras, sim eram! Mas permitiam perfeitamente patentear quais os grupos de qualidade. Infelizmente nada disso nesta corrida de 5 de setembro se viu, e seguramente que não foi uma noite para recordar. Quero acreditar que tal como referido pelo Ganadeiro Diogo Passanha no final da corrida, brevemente voltaremos a ver as características que tanta fama trouxe a esta ganadaria alentejana.
Os cavaleiros António Ribeiro Telles, Pablo Hermoso de Mendoza e Miguel Moura, pouco puderam tourear perante a mansidão dos seus opositores que perdiam a sua mobilidade ao longo das lides. Esforçaram-se, e no primeiro touro que lidou, apesar de parado, ainda nos foi possível ver a classe toureira da grande figura que é o rejoneador Pablo Hermoso de Mendoza. O cavaleiro Miguel Moura que mesmo assim apanhou os menos maus do lote conseguiu na primeira lide alguns bons apontamentos.
Quanto às pegas, a mansidão e a imobilidade dos touros em nada ajudaram a tarefa dos forcados. Para o primeiro touro do GFAE, o cabo António Alfacinha incumbiu o forcado Gonçalo Pires (Árabe) de ir para a cara. Após uma primeira tentativa não concretizada, conseguiu redimir-se e concretizar uma boa pega à segunda, com alguma dificuldade para os ajudas perante o fugir do touro. Manuel Rovisco foi ao 4º da ordem (segundo do GFAE) e pena foi que na primeira tentativa não se tenha conseguido agarrar. Fez a viagem solto e saiu antes que o primeiro ajuda o pudesse compor. Depois de uma segunda tentativa não consumada, concretiza a pega à 3ª, recuando com o touro a medi-lo, ajudado na perfeição pelo restantes elementos. Finalizou a atuação do GFAE consumando uma boa pega, o forcado João Pedro Oliveira. Correto no site e trazendo o touro para o meio do grupo, mostrou que efetivamente o Cabo pode contar com ele para as importantes corridas que ainda terão pela frente. Os ajudas mostraram o bom momento que atravessam, pelo que quando chamados a intervir, fizeram-no com acerto. O problema é que e bem, são um dos poucos grupos que ainda dá vantagens aos touros. Acredito que com outro tipo de ajudas, algumas das pegas podiam ter sido consumadas em menos tentativas. Mas como se diz, poder podiam, mas não era a mesma coisa.
Quanto ao Grupo de Lisboa com que alternámos na corrida, concretizaram 3 pegas ao primeiro intento tendo sido forcados da cara e pela ordem, Gonçalo Gomes (que se despediu), Daniel Batalha e Manuel Guerreiro.
Termino desejando que continuem o resto da temporada, com o acerto e as boas atuações, num ano em que comemoramos os 50 anos, e num ano que já mostraram e bem o excelente momento que atravessam. Uma última palavra de reconhecimento para o António Alfacinha, pelo excelente trabalho que tem demonstrado à frente dos destinos do nosso GFAE. Se a matéria prima de um grupo é importante, não menos é a forma como um líder o conduz.
 
Um forte abraço deste vosso amigo Armando Raimundo