Crónica Corrida em Redondo
Corrida de Redondo, Sexta-feira, 3 de Agosto de 2012
Foi com enorme satisfação, prazer e orgulho que recebi o convite
do nosso Cabo, António Alfacinha, para fazer o já habitual comentário ao
desempenho do nosso Grupo na Corrida de Redondo. Praça onde eu já não entrava desde 5 de Outubro de 2000, e
infelizmente não saí da melhor maneira porque parti uma perna nesse dia. Mas
esta renovada e bonita praça apenas tem de comum com a antiga, o facto de estar
situada no mesmo local.
Gostaria de começar por realçar o muito público, cerca de ¾ de
casa, que se deslocou a Redondo para ver a corrida. Estavam anunciados os
cavaleiros Joaquim Bastinhas, que foi substituído pelo seu filho Marcos por se
encontrar lesionado, Luís Rouxinol e Felipe Gonçalves, para lidarem 6 toiros
da, sempre peculiar, Ganadaria Dias Coutinho, para as pegas estavam em praça o
nosso Grupo e o Grupo de Forcados Amadores de Redondo.
Não me vou prenunciar muito sobre o desempenho dos cavaleiros
porque como alguns sabem não me foi possível ver “tudo”…. Realço o bom
desempenho de Marcos Tenório, a regularidade de Luis Rouxinol, se bem que este
já nos habituou a atuações com muito mais qualidade e a, perdoem-me a
expressão, a “pressa” de Felipe Gonçalves, julgo que se precipitou várias vezes
por muito querer mostrar serviço, como se costuma dizer na gíria.
Os toiros Dias Coutinho, apresentaram-se homogéneos, mas
pequenos e com pouca presença e terapio, alguns deles não será exagerado dizer
que estavam mal apresentados. Por este facto o nosso Cabo resolveu fardar
rapaziada que tem tido menos oportunidades e fez descansar alguns dos mais
velhos e mais pegados desta época. E podemos dizer que foi uma boa aposta
porque todos eles deram bem conta de si e o Grupo saiu desta corrida de cabeça
erguida e com garantias de futuro.
Para o 1.º toiro foi escolhido o forcado Ricardo Sousa, Matxira,
de todas as vezes que já o vi pegar, foi a vez que gostei mais, como todos
sabemos é um forcado com muita entrega, que quer muito fazer as coisas bem
feitas do principio ao fim, mas que ás vezes se precipita por tanto querer ser
perfeccionista. No Redondo, é verdade que o toiro não apresentava quaisquer
dificuldades, mas o Matxira esteve muito tranquilo em todos os momentos e
executou aquilo a que eu chamo uma pega tecnicamente perfeita desde que saltou
as tabuas até que o rabejador saiu. O Grupo também esteve bem a ajudar apesar
de o toiro ter fugido um pouco à sua trajetória inicial.
O 2.º foi para o Rui Gomes, forcado que está a dar os primeiros
passos dentro do nosso Grupo, mas já com alguma experiência uma vez que já
tinha estado noutro grupo.
Pelas informações que tenho tido e pelo que tenho visto, vontade
e entrega não lhe faltam e esta oportunidade foi o reconhecimento por esse
mérito, e o mostrar que as oportunidades chegam a todos, muitas vezes tem que
haver muita vontade e paciência até elas chegarem, ainda para mais quando,
Graças a Deus, temos tanta gente a querer fardar-se, para pegar e ajudar.
No que respeita à pega esteve a andar em praça, ligeiramente
apressado, mas entende-se, e na minha maneira de ver julgo que podia e devia
ter aguentado mais o toiro, para evitar aquele derrote mais alto e ele próprio
que vinha a recuar um pouco nos calcanhares, mas corrigiu bem e o Grupo esteve
todo novamente bem a ajudar.
Para o nosso último o António escolheu o Jorge Vacas, o Jorge é
um forcado já antigo no grupo que chegou a equacionar retirar-se por achar que
merecia mais oportunidades e porque com certeza ainda se sente com vontade para
pegar. Na digressão que o Grupo teve aos Açores, a qual eu tive o prazer de
acompanhar, e aproveito aqui, se me permitem, para agradecer o convite e a
maneira como todos me receberam, vim de lá bastante contente com o bom ambiente
e espirito positivo que vocês vivem e transmitem……Escusado foi o aperto que me
deram, podia ter disfrutado mais dos copos e da viagem….lol, mas faz parte, e
no final quem ficou com pena fui eu……. Continuando, o Jorge nos Açores esteve
muito bem e com um toiro de “bitola” acima deste. Com o Dias Coutinho, pela
minha análise não entendeu o toiro e no meio de tantas hesitações acabou por não
conseguir pegar logo à 1.ª tentativa, à 2.ª já esteve melhor, a pensar e com
mais calma, logo tudo resultou de forma diferente. Julgo que o Jorge está a
caminhar no sentido que ele tanto queria, e quer, com certeza oportunidades não
irão faltar.
Um Grande Olé para a Excelente postura do Grupo em Praça, a dar
sempre vantagens aos toiros, a andar dentro de Praça e também na maneira de
estar na trincheira, é na trincheira que o público começa a observar o Forcado
e o Grupo.
Pelo Grupo de Évora,
Venha Vinho, Venha Vinho, Venha Vinho
Fernando Luís Vasconcelos