terça-feira, agosto 07, 2012

Crónica Corrida em Redondo


Corrida de Redondo, Sexta-feira, 3 de Agosto de 2012
Foi com enorme satisfação, prazer e orgulho que recebi o convite do nosso Cabo, António Alfacinha, para fazer o já habitual comentário ao desempenho do nosso Grupo na Corrida de Redondo. Praça onde eu já não entrava desde 5 de Outubro de 2000, e infelizmente não saí da melhor maneira porque parti uma perna nesse dia. Mas esta renovada e bonita praça apenas tem de comum com a antiga, o facto de estar situada no mesmo local.
Gostaria de começar por realçar o muito público, cerca de ¾ de casa, que se deslocou a Redondo para ver a corrida. Estavam anunciados os cavaleiros Joaquim Bastinhas, que foi substituído pelo seu filho Marcos por se encontrar lesionado, Luís Rouxinol e Felipe Gonçalves, para lidarem 6 toiros da, sempre peculiar, Ganadaria Dias Coutinho, para as pegas estavam em praça o nosso Grupo e o Grupo de Forcados Amadores de Redondo.
Não me vou prenunciar muito sobre o desempenho dos cavaleiros porque como alguns sabem não me foi possível ver “tudo”…. Realço o bom desempenho de Marcos Tenório, a regularidade de Luis Rouxinol, se bem que este já nos habituou a atuações com muito mais qualidade e a, perdoem-me a expressão, a “pressa” de Felipe Gonçalves, julgo que se precipitou várias vezes por muito querer mostrar serviço, como se costuma dizer na gíria.
Os toiros Dias Coutinho, apresentaram-se homogéneos, mas pequenos e com pouca presença e terapio, alguns deles não será exagerado dizer que estavam mal apresentados. Por este facto o nosso Cabo resolveu fardar rapaziada que tem tido menos oportunidades e fez descansar alguns dos mais velhos e mais pegados desta época. E podemos dizer que foi uma boa aposta porque todos eles deram bem conta de si e o Grupo saiu desta corrida de cabeça erguida e com garantias de futuro.
Para o 1.º toiro foi escolhido o forcado Ricardo Sousa, Matxira, de todas as vezes que já o vi pegar, foi a vez que gostei mais, como todos sabemos é um forcado com muita entrega, que quer muito fazer as coisas bem feitas do principio ao fim, mas que ás vezes se precipita por tanto querer ser perfeccionista. No Redondo, é verdade que o toiro não apresentava quaisquer dificuldades, mas o Matxira esteve muito tranquilo em todos os momentos e executou aquilo a que eu chamo uma pega tecnicamente perfeita desde que saltou as tabuas até que o rabejador saiu. O Grupo também esteve bem a ajudar apesar de o toiro ter fugido um pouco à sua trajetória inicial.
O 2.º foi para o Rui Gomes, forcado que está a dar os primeiros passos dentro do nosso Grupo, mas já com alguma experiência uma vez que já tinha estado noutro grupo.
Pelas informações que tenho tido e pelo que tenho visto, vontade e entrega não lhe faltam e esta oportunidade foi o reconhecimento por esse mérito, e o mostrar que as oportunidades chegam a todos, muitas vezes tem que haver muita vontade e paciência até elas chegarem, ainda para mais quando, Graças a Deus, temos tanta gente a querer fardar-se, para pegar e ajudar.
No que respeita à pega esteve a andar em praça, ligeiramente apressado, mas entende-se, e na minha maneira de ver julgo que podia e devia ter aguentado mais o toiro, para evitar aquele derrote mais alto e ele próprio que vinha a recuar um pouco nos calcanhares, mas corrigiu bem e o Grupo esteve todo novamente bem a ajudar.
Para o nosso último o António escolheu o Jorge Vacas, o Jorge é um forcado já antigo no grupo que chegou a equacionar retirar-se por achar que merecia mais oportunidades e porque com certeza ainda se sente com vontade para pegar. Na digressão que o Grupo teve aos Açores, a qual eu tive o prazer de acompanhar, e aproveito aqui, se me permitem, para agradecer o convite e a maneira como todos me receberam, vim de lá bastante contente com o bom ambiente e espirito positivo que vocês vivem e transmitem……Escusado foi o aperto que me deram, podia ter disfrutado mais dos copos e da viagem….lol, mas faz parte, e no final quem ficou com pena fui eu……. Continuando, o Jorge nos Açores esteve muito bem e com um toiro de “bitola” acima deste. Com o Dias Coutinho, pela minha análise não entendeu o toiro e no meio de tantas hesitações acabou por não conseguir pegar logo à 1.ª tentativa, à 2.ª já esteve melhor, a pensar e com mais calma, logo tudo resultou de forma diferente. Julgo que o Jorge está a caminhar no sentido que ele tanto queria, e quer, com certeza oportunidades não irão faltar.
Um Grande Olé para a Excelente postura do Grupo em Praça, a dar sempre vantagens aos toiros, a andar dentro de Praça e também na maneira de estar na trincheira, é na trincheira que o público começa a observar o Forcado e o Grupo.
Pelo Grupo de Évora,
Venha Vinho, Venha Vinho, Venha Vinho
Fernando Luís Vasconcelos