Crónica Corrida de São Pedro, Évora
Corrida de S. Pedro
É
com muita alegria que teço os comentários à actuação do Grupo de Forcados
Amadores de Évora a pedido do cabo António Alfacinha.
Corrida
de S. Pedro que por si só têm uma mística muito cimentada no seio do grupo,
pois sendo o dia da cidade de alguma forma ao longo dos tempos têm havido o
propósito de criar nesta data o dia de todos os antigos e actuais conviverem e
relembrarem momentos que o tempo encheu de recordações de actos de valentia,
sustos, momentos de glória e o orgulho de ter pertencido a este grupo de
forcados.
À
empresa há motivos para felicitações, pois com o cuidado com que se empenhou a
montar este cartel proporcionou ao público exigente de Évora, um espectáculo
alegre e empolgante, vivo que a todos deixou satisfeitos, com vontade de voltar
à Arena de Évora.
Dirigiu
com o habitual acerto o director de corrida, Pedro Reinhardt.
Casa
com entrada de cerca ¾ de público, que com grande insatisfação minha, já não se
mostra tão respeitador das regras enquanto se desenrola a lide, talvez por hoje
com a qualidade e mobilidade que o recinto proporciona, o recato durante as
lides seja menor, é pena.
Toureiros
por ordem de antiguidade Joaquim Bastinhas - António Telles – Luís Rouxinol – Gilberto
Filipe – João Moura Caetano – J. Maria Branco, que estiveram todos a contento.
Toiros
de Pinto Barreiros com trapio, parabéns ao ganadeiro que está a desejo na Arena
de Évora, pois após o êxito no concurso volta com muita dignidade a esta cidade.
Nas
pegas esteve o GRUPO de FORCADOS AMADORES de ÉVORA, na minha qualidade de
antigo elemento e antigo cabo vou tentar ser objectivo e esquecer os
sentimentos que nutro pelo nosso grupo.
No
primeiro toiro esteve RICARDO CASAS NOVAS com um oponente algo distraído e a
sair solto dificultou os tempos da pega, não humilhando, obrigou o cara a uma
reunião alta e por isso um trajecto algo pendurado com a natural saída por
baixo do forcado que nos têm habituado a mais e melhor, na segunda tentativa,
naturalmente já tivemos o Ricardo em grande, a proporcionar uma boa pega com os ajudas a mostrarem grande
coesão.
Brinde
ao publico.
FRANCISCO
GARCIA forcado já retirado foi à cara deste segundo toiro para numa pincelada
de arte, sublinhar como se pode ser toureiro a pegar, muito bem “Vadio”, embora
tenhas apertado com os teus amigos (alguns repartiram tardes de glória em
tempos contigo) que te estavam a ajudar e tiveram de criar espaço, onde não
havia, depois de tanto templares. Não posso acabar esta resenha sem realçar o
desempenho de GONÇALO MIRA que nesta pega disse bem alto como é importante o
desempenho do rabejador, Olé.
Brinde
de Luís Rouxinol ao grupo com respectiva retribuição de JOSÉ PEREIRA ao
cavaleiro. Na saída do Zé para a pega algo nervoso com o condão de me avivar a
memória para momentos já vividos com este forcado, capaz do melhor e do menos
conseguido, ao primeiro intento fechou-se sem convicção escorregando pela cara
dum toiro que vinha por baixo dificultando as ajudas. Ao segundo intento mais
do mesmo e por fim na terceira já tivemos o Zé a dar um ar da sua garra
habitual e a mostrar que podemos contar
sempre com ele, os ajudas nesta derradeira sorte pareceram-me algo menos
concentrados a permitir que o forcado da
cara tivesse raça para ficar no toiro.
No
quarto toiro da tarde ao rematar nas tábuas desembolou-se, como manda o
regulamento taurino o asteado recolhe aos curros ou recorre-se à sorte de
cernelha, JOSÉ MIGUEL MARTINS que havia sido chamado para pegar este quarto da
ordem de caras teve que dar a sorte ao CLÁUDIO CARUJO e FRANCISCO ALVES que
primaram por uma cernelha cheia de saber, oportunidade e classe só destinada
aos bafejados para grandes desafios pena que o toiro não fosse mais
participativo, aguardamos outra altura para nos deliciarmos com outra cernelha,
sem ser sorte de recurso.
A
JOÃO PEDRO OLIVEIRA coube o quinto da ordem, para que não haja qualquer tipo de
dúvidas o forcado mencionado é J.P. O. Filho, embora eu ainda vislumbrei alguma
participação nas ajudas neste toiro, mas em virtude das facilidades
evidenciadas pelo oponente achei por bem manter-me entre tábuas, não
acreditem!!!.
O
JOÃO PEDRO OLIVEIRA brindou à banda de Alcochete, como a banda estava situada
por cima dos curros de imediato iniciou a sorte de largo, esteve sem complicar
numa pega toda ela com nota elevada, pois no momento da reunião houve um
desacerto do toiro, onde o forcado soube compensar com muita classe, as ajudas
estiveram com acerto nota para DUARTE TIRAPICOS
“kádá” e JOÃO PEREIRA forcado já retirado.
ANTÓNIO
ALFACINHA com brinde aos fundadores, continuadores e actuais numa pega com uma
raça contagiante e de muito saber, bonito António assim se manda , o toiro
acabou de joelhos junto à porta dos curros tirando brilho à pega ou subjugado a
forcado que sempre põem uma entrega tremenda em cada pega.
A
fechar não posso ficar indiferente a corrida tão cheia de sentimentos,
recordações e saudades.
Só
falta começarmos a caminhar na direcção duma temporada cheia de êxitos para que
na próxima temporada o grupo esteja num momento tão alto como exigem as
celebrações dos cinquenta anos de existência do sempre GRUPO de FORCADOS
AMADORES de ÉVORA.
Para
todos um abraço sentido do vosso amigo