terça-feira, julho 03, 2012

Crónica Corrida de São Pedro, Évora

Corrida de S. Pedro

É com muita alegria que teço os comentários à actuação do Grupo de Forcados Amadores de Évora a pedido do cabo António Alfacinha.

Corrida de S. Pedro que por si só têm uma mística muito cimentada no seio do grupo, pois sendo o dia da cidade de alguma forma ao longo dos tempos têm havido o propósito de criar nesta data o dia de todos os antigos e actuais conviverem e relembrarem momentos que o tempo encheu de recordações de actos de valentia, sustos, momentos de glória e o orgulho de ter pertencido a este grupo de forcados.

À empresa há motivos para felicitações, pois com o cuidado com que se empenhou a montar este cartel proporcionou ao público exigente de Évora, um espectáculo alegre e empolgante, vivo que a todos deixou satisfeitos, com vontade de voltar à Arena de Évora.

Dirigiu com o habitual acerto o director de corrida, Pedro Reinhardt.

Casa com entrada de cerca ¾ de público, que com grande insatisfação minha, já não se mostra tão respeitador das regras enquanto se desenrola a lide, talvez por hoje com a qualidade e mobilidade que o recinto proporciona, o recato durante as lides seja menor, é pena.

Toureiros por ordem de antiguidade Joaquim Bastinhas - António Telles – Luís Rouxinol – Gilberto Filipe – João Moura Caetano – J. Maria Branco, que estiveram todos a contento.

Toiros de Pinto Barreiros com trapio, parabéns ao ganadeiro que está a desejo na Arena de Évora, pois após o êxito no concurso volta com muita dignidade a esta cidade.

Nas pegas esteve o GRUPO de FORCADOS AMADORES de ÉVORA, na minha qualidade de antigo elemento e antigo cabo vou tentar ser objectivo e esquecer os sentimentos que nutro pelo nosso grupo.

No primeiro toiro esteve RICARDO CASAS NOVAS com um oponente algo distraído e a sair solto dificultou os tempos da pega, não humilhando, obrigou o cara a uma reunião alta e por isso um trajecto algo pendurado com a natural saída por baixo do forcado que nos têm habituado a mais e melhor, na segunda tentativa, naturalmente já tivemos o Ricardo em grande, a proporcionar  uma boa pega com os ajudas a mostrarem grande coesão.

Brinde ao publico.

FRANCISCO GARCIA forcado já retirado foi à cara deste segundo toiro para numa pincelada de arte, sublinhar como se pode ser toureiro a pegar, muito bem “Vadio”, embora tenhas apertado com os teus amigos (alguns repartiram tardes de glória em tempos contigo) que te estavam a ajudar e tiveram de criar espaço, onde não havia, depois de tanto templares. Não posso acabar esta resenha sem realçar o desempenho de GONÇALO MIRA que nesta pega disse bem alto como é importante o desempenho do rabejador, Olé.

Brinde de Luís Rouxinol ao grupo com respectiva retribuição de JOSÉ PEREIRA ao cavaleiro. Na saída do Zé para a pega algo nervoso com o condão de me avivar a memória para momentos já vividos com este forcado, capaz do melhor e do menos conseguido, ao primeiro intento fechou-se sem convicção escorregando pela cara dum toiro que vinha por baixo dificultando as ajudas. Ao segundo intento mais do mesmo e por fim na terceira já tivemos o Zé a dar um ar da sua garra habitual e a mostrar  que podemos contar sempre com ele, os ajudas nesta derradeira sorte pareceram-me algo menos concentrados a permitir  que o forcado da cara tivesse raça para ficar no toiro.

No quarto toiro da tarde ao rematar nas tábuas desembolou-se, como manda o regulamento taurino o asteado recolhe aos curros ou recorre-se à sorte de cernelha, JOSÉ MIGUEL MARTINS que havia sido chamado para pegar este quarto da ordem de caras teve que dar a sorte ao CLÁUDIO CARUJO e FRANCISCO ALVES que primaram por uma cernelha cheia de saber, oportunidade e classe só destinada aos bafejados para grandes desafios pena que o toiro não fosse mais participativo, aguardamos outra altura para nos deliciarmos com outra cernelha, sem ser sorte de recurso.

A JOÃO PEDRO OLIVEIRA coube o quinto da ordem, para que não haja qualquer tipo de dúvidas o forcado mencionado é J.P. O. Filho, embora eu ainda vislumbrei alguma participação nas ajudas neste toiro, mas em virtude das facilidades evidenciadas pelo oponente achei por bem manter-me entre tábuas, não acreditem!!!.

O JOÃO PEDRO OLIVEIRA brindou à banda de Alcochete, como a banda estava situada por cima dos curros de imediato iniciou a sorte de largo, esteve sem complicar numa pega toda ela com nota elevada, pois no momento da reunião houve um desacerto do toiro, onde o forcado soube compensar com muita classe, as ajudas estiveram com acerto nota para DUARTE TIRAPICOS  “kádá” e JOÃO PEREIRA forcado já retirado.

ANTÓNIO ALFACINHA com brinde aos fundadores, continuadores e actuais numa pega com uma raça contagiante e de muito saber, bonito António assim se manda , o toiro acabou de joelhos junto à porta dos curros tirando brilho à pega ou subjugado a forcado que sempre põem uma entrega tremenda em cada pega.

A fechar não posso ficar indiferente a corrida tão cheia de sentimentos, recordações e saudades.

Só falta começarmos a caminhar na direcção duma temporada cheia de êxitos para que na próxima temporada o grupo esteja num momento tão alto como exigem as celebrações dos cinquenta anos de existência do sempre GRUPO de FORCADOS AMADORES de ÉVORA.

Para todos um abraço sentido do vosso amigo                                    





JOÃO PEDRO OLIVEIRA