terça-feira, setembro 06, 2011

Alter-do-Chão

Alter-do-Chão, 20 de Agosto
Foi nesta castiça praça do Norte Alentejano que me apresentei como Cabo do Grupo na noite de 5 de Julho de 2008, nessa noite agradável de verão, tivemos uma boa actuação.
Volvidos 3 anos voltámos para pegar em Alter, corrida compartida com os Amadores de Alter-do-Chão, que tal como nós, tiveram que suar para resolver alguns problemas.
Corrida de Francisco Luis Caldeira, irrepreensivelmente apresentada, rematados, mas mansos na generalidade e dois com muito sentido e perigo.
Abrimos a corrida com uma pega à primeira por intermédio de Ricardo Sousa, depois de ter estado fracamente bem em corridas anteriores, de um patamar inferior, com touros com menos corpulência e exigências, tinha que dar um salto de peso e aqui se verificou. Perante um touro sério, numa corrida com mais importância, revelou muita calma e depois de um cite elegante fechou-se bem à primeira, o grupo ajudou bem até ao sector da trincheira, sendo que depois abriu ligeiramente mas o Ricardo estava bem fechado, destaco a boa primeira do Rui Nobre.
O segundo touro, um mentiroso, pouco colaborador, com dificuldades de visão foi, sem dúvida uma desagradável surpresa. Para o pegar um forcado muito jovem mas já com muito sentido de responsabilidade e com maturidade, previa-se uma grande pega. O touro em apenas uma tentativa derrotou como eu não via há já muitos anos, com velocidade, intenção e eficácia, apenas uma tentativa bastou para desfeitear o forcado e lesioná-lo com gravidade, fractura do nariz, traumatismo craniano e fractura do osso facial na zona do olho direito.
Não tenho dúvidas que o Gonçalo Maria Guerreiro vai superar este contratempo sem sequer o ter sentido pois foi tudo tão rápido que nem dá para saber o se passou.
Foi emendado pelo seu amigo João Pedro Oliveira que na primeira tentativa sofreu a mesma colhida impressionante e aparatosa, o caçador nato esperava que o forcado entrasse no seu terreno, deixava reunir para então fazer todo o mal que podia e queria. Foi pegado à terceira, segunda tentativa do Guga, depois de aparatosa voltareta, que em boa hora veio, tal foi a vontade de colher o capote do bandarilheiro.
O nosso último foi pegado apenas à quarta tentativa pelo José Miguel Martins, não esteve nos seus dias, talvez por culpa minha e não lhe ter dado tempo depois do sucedido em Albufeira, que deve ter deixado as suas marcas. Nada de preocupante, o Zé Miguel é novo, tem querer e vai superar este momento menos bom, assim é a vida de forcado, com altos e baixos.
O touro perdeu toda a investida, tinha que se pisar em baixo do focinho e depois ser rápido a recuar pois entrava muito brusco, só à quarta o vencemos.
Para um grupo que se encontra muito jovem estas corridas, sem lesões, são até educativas pois dão a conhecer as agruras desta actividade, no entanto quando o resultado são lesões e problemas então definitivamente são perturbadoras e podem afectar o grupo. Assim não aconteceu, como mais tarde se viu em Lisboa, afortunadamente superámos os obstáculos.
Realço a entrega de todo o grupo, o voluntarismo dos elementos, destacando nesta pega o Rui Nobre e na lesão deste, o Duarte Tirapicos.
Uma palavra de agradecimento para o amigo e grande aficionado de Alter-do-Chão, Prof. Marco Gomes e sua esposa que, mais uma vez, recebeu gentilmente alguns elementos do Grupo para um lanche antes da corrida.