Mais um Concurso de Ganadarias em Évora, corrida de muita responsabilidade e normalmente dura e exigente.
Tourearam António Teles, João Salgueiro e Vítor Ribeiro, pegámos com o Grupo de Forcados Amadores de Montemor, que não teve uma tarde nada fácil, resultando inclusivamente em algumas lesões de gravidade, nomeadamente a do seu valente cabo, José Maria Cortes. Fazemos votos de rápidas melhoras e que o êxito bata à porta já na próxima corrida.
Em virtude do momento financeiro em que vivemos, desta vez não houve lotação esgotada, no entanto não foi por isso que o ambiente deixou de ser fantástico.
No que respeita aos touros, calharam-nos, por antiguidade, as ganadarias de Palha, Grave e Dolores Aguirre, debutante no Concurso de Évora. Os três de apresentação impecável, sem excesso de peso, à excepção do “Aguirre”, um “taco” com 634kg, tiveram comportamentos bem distintos.
O Palha, um toiro bravo, com fijeza, nobreza e acometedor, justo vencedor do Prémio de Bravura. O Grave, outro touro colaborador e sem más ideias. O Aguirre revelou-se um touro perigoso, manso e com muito poder, um problema a resolver!
Abri a corrida com uma pega à segunda tentativa, podia ter resultado à primeira se me tivesse agarrado melhor e se os ajudas entram antes, sobretudo nas tábuas.
O segundo touro foi pegado pelo Ricardo Casas-Novas, correcto no cite e no mandar, recebe o touro mal mas vem fechado, chega às tábuas apenas com uma mão do Zé Maria Menéres, não foi suficiente e saiu, mais uma vez os terceiras são fundamentais nestes touros, e em todos, não se pode hesitar, uma pega que podia ter sido à primeira e bonita, teve de ser à segunda. Completamente evitável.
O tal problema tornou-se numa pega de antologia, à primeira, e das pegas que fica para a história dos Concursos de Ganadarias. Uma palavra de apreço e reconhecimento ao António Alfacinha pelo valor que demonstrou uma vez mais, o problema de pegar touros destes não é a pega em si, é pormo-nos á frente deles. Valor e Moral representam o António Alfacinha.
Os ajudas, depois de adormecidos nas primeiras pegas estiveram irrepreensíveis, tudo bem feito, do primeiro ajuda José Vacas, pela sua entrega, aos segundas José Maria Menéres e Kiko Abreu pelo sítio, e os terceiras Rui e Carlos Sequeira e Miguel Saturnino a fechar, mais umas mãos “entre barreiras”.
Parabéns por esta actuação, no momento e local certo.
E se podemos o mais, também podemos o menos!
Enhorabuena GFAE.
Um abraço,
BSP
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