quarta-feira, agosto 12, 2009

Crónica de Redondo

Redondo, 7 de Agosto de 2009

É sempre com uma enorme satisfação que vamos pegar ao Redondo, já não o fazíamos há alguns anos por motivos de encerramento e depois recuperação da praça de touros. Fizemo-lo este ano e espero que se repita.
Começo por felicitar as autoridades competentes e responsáveis pela recuperação e modernização da nova praça de touros do Redondo, espaço multiusos, moderno e confortável, sem nunca perder a característica de praça de touros. Mais uma vez o Alentejo a dar o exemplo!
Quero também agradecer a hospitalidade da Tia Leninha, Tio João e Alexandre Lobo que tão bem nos receberam no Monte da Igreja, mais um dia bem passado em família.
Precisamente falando em família, uma palavra de apreço a todos os familiares dos forcados que ali estiveram presentes, nem sempre é possível reunir tanta gente mas sempre que possam não deixem de o fazer, é um apoio muito grande para o grupo.
Falando concretamente na corrida, partimos praça com o Grupo local que esteve correcto e eficaz, com um grande apoio da sua gente, assim deveria ser sempre!
Os touros de David Ribeiro Teles saíram bem apresentados, sonsos mas sem maldade, com pouco transmissão.
Abriu a corrida o Nuno Lobo, forcado com raízes, ou, como o próprio diz “costeletas”, no Redondo. O Nuno brindou a seu Avô, conforme prometido, caminhou sereno e confiante e fechou-se à primeira tentativa, sofrendo diversos derrotes secos que inclusivamente fizeram com que lhe saísse um braço da córnea, no entanto o Nuno rapidamente se emendou e voltou a fechar-se, embora de maneira menos ortodoxa, mas fechado, o grupo teve dificuldades em ajudar mas fechou a pega rápido evitando a saída do forcado.
Esta pega foi ligeiramente contestada por parte do público que exigia a sua repetição, no entanto o forcado da cara nunca sai da cara do touro, sai um braço que rapidamente volta ao seu lugar, o corpo do forcado está sempre entre os cornos do touro, embora nem sempre acoplado, o que por vezes acontece.
Posso garantir que no caso de não ter acontecido assim, os forcados que fizeram parte dessa pega seriam os primeiros a repeti-la e se porventura assim não fosse eu, como cabo, tê-la-ia mandado repetir.
Talvez a contestação esteja na moda e como tinham visto na noite anterior na televisão procuraram trazer o mesmo protagonismo para o Redondo…
O segundo touro foi pegado pelo Francisco Garcia, cabo em funções nessa noite devido à minha lesão, brindou, como eu teria brindado, aos cabos anteriores do nosso Grupo pela passagem do nosso aniversário. Saiu-lhe um touro solto, sem permitir que mandasse e muito brusco na reunião, não vinha com intenção de marrar mas sim de atropelar, o Francisco fez-lhe três tentativas duras, consumando na última, bem ajudado pelo grupo, de notar que foi a única vez que o touro chegou ao grupo.
O nosso último foi pegado pelo António Alfacinha, à segunda tentativa, na primeira não aguentou o touro que saiu de largo e solto, com muita velocidade, na segunda tentativa já mandou e fechou-se para não sair. Bem os ajudas.
Realço a prestação do jovem forcado Telmo Inácio nas ajudas, forcado muito novo, sem experiência mas com muita vontade e dedicação, assim continue.
A corrida fica marcada precisamente pelo local onde foi, Redondo e pela data ser tão próxima da nossa data de fundação, dia 11 de Agosto de 1963, comemorámos assim o nosso 46º aniversário, pena que os fundadores, na sua maioria vivos, não tenham podido comparecer, bem como os seguidores. Destaco a presença do Cabo fundador e do Eng. Manuel Peralta Godinho e Cunha, que, salvo erro, eram os único presentes daqueles que nos deram origem. Que para o ano seja melhor artisticamente e que possamos fazer uma festa com muitos forcados antigos e actuais.

Um abraço,
Bernardo Salgueiro Patinhas