Mais uma tradicional corrida de toiros por ocasião da Feira de S. João, dia de S. Pedro, noite agradável, praça totalmente cheia.
Aliciante principal foi, sem dúvida, o curro de Grave lidado nessa noite, touros com peso e trapio adequados à exigência da nossa praça de toiros.
Para pegar encerrámo-nos, antigos e actuais. Noite de convívio e de recordação, mas também de compromisso.
Os nossos agradecimentos à Rita e ao João Pedro Rosado pela recepção na sua casa.
Decidi abrir a corrida brindando a todos os forcados de Évora, fardados e desfardados, antigos e actuais. Pega concretizada à segunda tentativa por não ter consentido suficientemente o toiro e por consequência não ter humilhado, não consegui reunir e fui violentamente volteado, sem consequências de maior.
Na segunda, com o toiro já no último estado, tive de pisar os seus terrenos e fechei-me para não sair.
O segundo toiro foi pegado pelo Gonçalo Pires, também ao segundo intento, numa pega vistosa e com muita garra. Infelizmente saiu lesionado e foi submetido a uma complicada mas eficaz intervenção cirúrgica. Ao Gonçalo desejamos as rápidas melhoras.
Para o terceiro toiro saltou um forcado veterano, Francisco Garcia, pegou o touro à segunda tentativa por terem falhado as ajudas nas segundas, não pode acontecer, as oportunidades de triunfo não podem desperdiçar-se.
Na segunda parte começámos melhor, António Alfacinha fez uma bonita e correcta pega à primeira, recuou e fechou-se, bem ajudado pelo José Guerra e por todo o Grupo.
No quinto touro tivemos mais dificuldades, o grupo voltou a ter hesitações e o Nuno Lobo só conseguiu fechar-se no final de quatro vezes, pena pois foi um touro que cumpriu com nota alta e depois, por ser encastado, se tornou mais agressivo.
No cair do pano a pega mais vistosa da noite, uma bonita cernelha, à segunda entrada, da dupla Gonçalo Mira e Manuel Rovisco Pais, perfeitos e coordenados, digo, com certeza, que são das melhores duplas de cernelheiros da actualidade.
Uma nota final para realçar a participação nesta corrida do nosso amigo e cabo do Grupo de Forcados Mexicanos, grupo de forcados mais antigo do México, Miguel Louceiro Alvarez. Não era a primeira vez fardava connosco sendo que já é parte da nossa família.
Assim se cumpriu mais uma etapa da nossa vida, fica para a história o compromisso por nós assumido e superado, embora não da forma desejada e a lesão do Gonçalo que estamos certos da sua recuperação.
Um abraço,
Bernardo Salgueiro Patinhas