terça-feira, maio 05, 2009

Crónica de Vila Franca de Xira

Análise de Temporada 2009

02/05/09 - Castellón de la Plana (Espanha), demonstração de pegas: brevemente comentários de Carlos Sequeira.

03/05/09 – Vila Franca de Xira, toiros Herdade de Pégoras:

Voltámos à Palha Blanco transcorridos 8 anos das últimas cortesias que o grupo tinha feito nesta mítica praça de toiros.
Corrida séria, pesada e mansa de Herdade de Pégoras, de comportamentos dispares e temperamentos semelhantes.
Abriu a nossa temporada o forcado Nuno Lobo, após um brinde ao ganadero Sr. Fernando Palha, perfilou-se para pegar o primeiro da corrida, bonito e tranquilo no site fechou-se na primeira tentativa para não mais sair, realço a coesão das ajudas, todas sem excepção, e a vontade do Nuno em querer ficar no toiro, pois com uma investida muita baixa e pouca força o toiro levou o Nuno pelo chão e foi a sua vontade em ficar na cara que permitiu consumar a pega.
Um reparo apenas a esta pega foi o facto do Nuno ter carregado, precipitando-se, quando o toiro não estava com ele, de resto foi uma pega limpa.
Para o nosso segundo, toiro grande e sério de Pégoras, manso e refugiado em tábuas, optámos por uma pega de cernelha, modalidade em desuso e pouco aceite, inclusive por forcados, cada vez mais sou apologista desta pega e não a considero um recurso mas sim uma alternativa à monotonia que por vezes assistimos nas pegas de caras.
A parelha Gonçalo Mira e Manuel Rovisco Pais mais uma vez funcionou na perfeição, como se de um forcado só se tratasse, coordenação, rapidez e eficácia traduziram-se numa pega muita vistosa, perfeita e muito aplaudida. Bonito momento vivido da Palha Blanco.
Ao cair do pano as coisas complicaram-se, para o nosso último, o mais bronco e distraído, no entanto com pouca força e sem maldade foi designado o forcado Frederico Macau Pereira, não estava nos seus dias, nos toiros, como na vida, há dias menos bons e por muito que haja boa vontade as coisas não resultam, nada para nos preocuparmos.
Para os ajudas também uma palavra, devemos agarrar-nos aos pitons dos toiros e não ás jaquetas uns dos outros, os toiros estão pegados e com um derrote deixa um grupo por terra, precisamente por estarem todos agarrados uns aos outros, temos de preocupar-nos mais com o toiro.
Não tendo resultado de caras ao quinto intento, último regulamentarmente concedido e permitido, o director de corrida, de forma irascível, concedeu uma e apenas uma tentativa de cernelha antes de recolher o toiro, desta forma e respeitando o regulamento tauromáquico consumou-se a pega de cernelha por intermédio de Manuel Rovisco Pais e Francisco Garcia.
Foi uma corrida importante na medida de ser a primeira da temporada, por isso mesmo difícil, os erros poderão ter surgido precisamente por esse facto, por falta de rodagem ou por ainda não termos atingido a forma desejada, pelo mesmo quero pensar que assim foi e que nas próximas, que rapidamente se aproximam, o grupo estará forte e capaz de interpretar os toiros, adaptar-se e fazer o nosso trabalho bem feito.
Podemos e temos de ficar chateados com o que aconteceu no último toiro pois era totalmente evitável, não podemos no entanto ficar desmotivados porque nestas “andanças” temos de arriscar, cair e voltar a levantar-nos.

Começámos a temporada.

Sorte a todos,

Bernardo Salgueiro Patinhas