Para o comentário desta corrida escolhemos um Homem que está directamente ligado ao ressurgimento em grande do nosso Grupo após um período difícil nos anos 80. O sr. Luís Miguel Sotero, popularmente conhecido por "Guéu", está intimamente ligado ao regresso do GFAÉ aos êxitos. Forcado de confiança do sr. João Pedro Oliveira, aqui começou com 15 anos em 1990 a pegar Toiros e fê-lo de forma muito dura e brilhante até 1999, sendo para todos nós forcados actuais uma referência, a sua abnegação e conduta. Este ano ele abriu de novo as portas de sua casa, desta vez na sua nova "mansão" em Reguengos, onde fomos extraordináriamente recebidos por ele e pela sua filha Carminho. Muito obrigado a ambos. Agradecemos também a sua colaboração na crónica, pois sabemos que não é muito dado a estas "modernices"...
"Reguengos de Monsaraz 15 de Agosto 2007-08-17
Vou começar esta crónica a agradecer o convite feito pelo meu amigo Manuel Silveira de comentar esta corrida realizada no dia 15 de Agosto na velhinha praça de Reguengos de Monsaraz, nesta corrida tive também o prazer de ter em minha casa o nosso grupo a fardar-se, aproveito esta ocasião para dizer que está sempre uma porta aberta em Reguengos de Monsaraz para o Grupo de Forcados Amadores de Évora.
Nesta tarde de 15 de Agosto, alem de haver sol e moscas, o calor não era aquele que estamos habituados a ter nesta altura do ano, pois estava uma temperatura bastante agradável para ver uma corrida de toiros, por esse motivo e mais alguns a praça encontrava-se quase esgotada, bom para o “Compadre Costa”.
O cartel era composto pelos cavaleiros:
- Luís Rouxinol
- Vitor Ribeiro
- Manuel Lupi
Os forcados eram Amadores de Évora e Amadores de S. Manços
Toiros de Murteira Grave.
Relativamente aos toiros, da famosa ganadaria Murteira Grave, estavam bem apresentados, andaram pouco para o cavalo e por vezes os cavaleiros tinham que entrar bastante dentro dos terrenos para realizar a sorte, recordo alguns momentos do cavaleiro Manuel Lupi que por duas ou três vezes foi tocado com alguma violência, julgo que a temperatura que estava foi benéfica para o espectáculo e para os toiros, pois se estivesse mais calor os toiros andariam ainda menos do que andaram, quando falo dos toiros andarem pouco estou a generalizar a coisa, pois costuma-se dizer na gíria tourina que não há quinto mau, mas neste caso foi o quarto da sorte que saiu com uma beleza extraordinária e uma bravura acima da média, foi lidado pelo cavaleiro de Pegões Luís Rouxinol, que mais uma vez esteve a altura do toiro, aproveito este momento para dizer que o Luís Rouxinol é dos melhores cavaleiros que nós temos, já anda nestas andanças há algum tempo e tenho visto sempre com a maior valentia, por vezes em praças desmontáveis e com toiros de arrepiar, mas sempre dando a volta as coisas, é pena que não lhe surjam mais oportunidades para ele mostrar o seu valor, por vezes penso que não lhas dão porque sabem bem o valor dele, é assim o mundo das toiradas!!!. O sexto toiro também saiu diferente dos outros, com mais poder e assim se viu tanto na lide como na pega, que para mim foi a pega da tarde executada pelo forcado experiente Pedro de Monte de Trigo, do Grupo de Forcados de São Mancos.
Pelo grupo de Évora o primeiro toiro foi pegado pelo forcado António Moura Dias “Tozinho”, saiu facilão, foi pegado a segunda tentativa pois na primeira passa ao lado do forcado, se este o tivesse alegrado com a voz na primeira tentativa, talvez o resultado tivesse sido outro, na segunda fechou-se sem dificuldades. No São Pedro em Évora vi este forcado fazer uma pega extraordinária e dura num toiro da mesma ganadaria (Grave).
Para o nosso grupo, venha vinho, venha vinho, venha vinho.
Bota abaixo.
Abraços Miguel Sotero"