quinta-feira, julho 19, 2007

Évora - Corrida Real

"Corrida Real na Praça de Touros de Évora
No passado dia 13 de Julho do ano de 2007, o Grupo de Forcados Amadores de Évora alcançou mais um êxito a somar a muitos outros, já conseguidos na presente temporada. Perante touros da Ganadaria Rosa Rodrigues, que de forma geral não apresentaram dificuldades para os forcados de ambos os grupos, o GFAE foi o vencedor da votação do júri escolhido pela empresa, para o troféu de melhor forcado em praça. Os touros apresentaram inclusive pouco peso e trapio para a tradição dos últimos anos na praça de Évora, no entanto, é de realçar que não se registaram displicências por parte de nenhum forcado, antes pelo contrário, muito respeito pelo público e pelas jaquetas que envergaram.
Assim, e perante uma praça praticamente esgotada, o cabo João Pedro Rosado escolheu para a tentativa de pegar de caras, o jovem Ricardo Casas Novas. Iniciou o cite dando largas distâncias ao touro, para o que contou com a colaboração do Bernardo Patinhas, que manteve o touro fixo nas tábuas. Quando o forcado entrou nos seus terrenos (local onde se sente mais eficaz e seguro), mandou então no touro, que investiu sem grande velocidade, levando o forcado bem fechado na viagem, sendo este muito bem ajudado pelos restantes elementos do Grupo. Consumada a pega, o forcado deu a volta merecida com o cavaleiro António Ribeiro Telles. No segundo touro, foi para a cara o forcado Ricardo Castelo do Grupo de Forcados de Vila Franca. Iniciou o cite já no médios, procurou os seus terrenos, de onde carregou o touro, que não provocou qualquer dificuldade a uma pega também ela bem ajudada pelo seu grupo. Volta com cavaleiro igualmente merecida.
No terceiro da ordem, foi sobre o jovem Nuno Lobo que recaiu a escolha do nosso Cabo. Sem dúvida que pode ter apresentado alguns sinais de alguma inexperiência, mas deixou claramente indícios que o cabo terá que contar com ele para o futuro, tal a entrega com que se aplicou na pega. Passando ao relato desta, o Nuno foi citando o touro, procurando mantê-lo interessado enquanto foi encurtando terrenos. Não foi muito decidido no carregar, além de se ter calado durante a viagem do touro, razão provável para que o touro no momento da reunião, não tenha entrado franco, o que complicou a pega. Perante esta adversidade, o Nuno no entanto lutou, sem nunca esmorecer, procurando corrigir o lapso ocorrido, tendo faltado talvez que o experiente Rui Sequeira tivesse acreditado, e entrado mais cedo. Realce no entanto, para a tentativa de ajudar do forcado Manuel Silveira, que recuperando rapidamente, não foi no entanto bem sucedido. Na segunda tentativa, o Nuno corrigiu bem alguns dos pormenores falhados no intento anterior, e embora uma vez mais não tenha recebido bem o touro, o grupo reagiu com mais prontidão, com o Bernardo Patinhas e o Manuel Silveira, a demonstrarem bons pormenores. Pena que um lapso do rabejador Francisco Alves no final da pega, após a saída dos restantes elementos, tenha tirado algum brilhantismo à pega. O forcado deu volta, com aplausos fortes no final.O último touro da corrida, embora tenha sofrido a cravagem de um exagerado número de ferros cravados pelos 3 cavaleiros em praça, era sem dúvida o touro da pega. No entanto o forcado de Vila Franca Diogo Pereira não esteve bem com o touro, não se conseguindo fechar à primeira tentativa. Consumou à segunda com o grupo a ajudar de forma correcta.
O júri resolveu atribuir o prémio (várias garrafas de vinho da marca que patrocinou a corrida) para a melhor pega ao forcado Ricardo Casas Novas, Este teve um gesto que traduz a forma de estar do Grupo de Forcados de Évora na festa, pelo que entregou uma das garrafas ao forcado Pedro Castelos, que igualmente efectuou uma bela pega.
De uma forma geral o espectáculo foi agradável, tendo faltado talvez mais 2 touros…
Quanto ao fado, terão que pedir a outro pois só entrei para a praça no inicio das cortesias (após 40 minutos de fado).

Armando M. M. Raimundo*"
*- Antigo elemento do nosso Grupo, com fortes ligações familiares e afectivas ao Grupo de Vila Franca, e também um dos forcados que mais toiros pegou em Évora na história recente.