segunda-feira, outubro 04, 2010

Vila Boim - 2 de Outubro


Mais uma vez está de parabéns a Associação de Romeiros de Vila Boim pela organização do seu Festival que já ganhou data no calendário taurino. Muito ambiente encheu outra vez a praça de touros para assistir a um entretido espectáculo de touros.
Agradecemos o convite, a recepção e a simpatia, e que para o ano continuem a contar connosco.
Muita gente jovem no toureio a cavalo, mostrando maneiras e vontade de triunfar. A pé os consagrados Alfredo Rios “El Conde”, de Guadalajara, México, Juan Diego, de Salamanca e Ambel Posada, de Badajoz tourearam a gosto novilhos de Ortigão Costa e Sommer d’Andrade. Para as pegas, os Amadores de Montemor, com duas pegas boas à primeira e nós.
Tocaram-nos os novilhos de Lopes Branco e Sommer d’Andrade, peso correcto para o festival, justos de força e bonitos de caras, andaram e cumpriram. Pena que o piso estivesse muito pesado, dificultou o andamento dos novilhos e comprometeu forcados menos experientes, caso do João Marques, forcado que pegou o nosso primeiro, à segunda, na primeira recuou bem, mas cedo demais e só no final o touro o conseguiu encontrar para reunir, embora viesse muito submetido deu uma testada e o João caiu. Na segunda, com o novilho mais uma vez a sair pronto e à vista, recuou com os calcanhares e quando vai a cair, adianta-se e o novilho, muito bem-intencionado levantou-o e consumou-se a pega.
Trabalho de casa, “T.P.C.”, para o João Marques e todos os mais novos:
1. Recuar nos bicos dos pés;
2. Manter a voz no cite e nunca calar;
3. Deixar os touros corrigirem-se à voz e NUNCA rectificar o cite, dando passos ao lado;
4. Recuar consoante a investida dos touros, pondo ou tirando velocidade para que não percam os forcados.
O último touro da corrida foi pegado pelo Ricardo “Matxira” Sousa, muito colaborador e “boa pessoa”. O Ricardo, ainda inexperiente, não esteve nos seus dias, sempre com muita ansiedade em querer “despachar”, adiantou-se quatro vezes, e só pegou na sua quarta tentativa, oportunidades destas não se podem desperdiçar, embora apenas tenha começado, temos de procurar, na tranquilidade, entender o que foi feito e corrigir. E nunca perder a cabeça, perder a cabeça significa perder o controlo e a consequente vitória do touro.
T.P.C. para o Matxira, e restantes:
1. Andar mais rápido para os touros não significa “afogá-los”, correr para eles, mais uma vez, consoante as dimensões das praças pomos mais ou menos velocidade e distância no cite, não se pode pegar da mesma maneira numa arena grande como numa mais pequena, devemos adaptar-nos aos terrenos;
2. Consentir os touros nas reuniões, deixar que os touros entrem pelo forcado, dobrando-se este pela cintura, dando o peito ao touro, para depois, naturalmente os braços saírem da cintura e abraçarem o touro, evitando adiantamentos que descompõem os touros e dificultam a reunião. Ó movimento mais natural consiste nos braços saírem da cintura com o tronco curvado, o movimento mais difícil, menos natural consiste no forcado tirar os braços da cintura, sem dobrar o tronco, levantá-los e atirá-los para a cara do touro para o abraçar;
3. Quando a pega não resulta à primeira, quando daí não resultam lesões impeditivas, o forcado deve levantar-se, esboçar um sorriso e voltar à cara do touro, expressões de revolta, raiva, manifestações corporais e orais são típicas de “agarradores”, um forcado sacode o pó, apanha o barrete, sorri e volta ao cite, com a mesma cara com a qual saltou a trincheira. São estes pormenores que marcam a diferença e que passam para os aficionados nas bancadas.
No nosso grupo não temos pretensões académicas mas temos doutrinas que seguir. A Pega está instituída, pouco se pode acrescentar no conteúdo e conceito, mas podemos acrescentar nos pormenores e sobretudo não desvirtuar o que já existe. Citando o Prof. Marcelo Caetano: “andamos nós uma vida a criar conceitos para um aluno chegar e modificá-los em minutos…” tentemos aplicar isto às pegas.
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GFAE