segunda-feira, setembro 28, 2009

Crónica de Évora, Corrida dos Triunfadores

Évora, 25 de Setembro de 2009 (Alcurrucén)

Com toda a justiça competia-nos encerrar a temporada na praça de touros de Évora, a recém denominada Arena d’Évora. Com total pertinência devíamos fazê-lo sozinho, e assim aconteceu.
Estavam anunciados para a Corrida dos Triunfadores os cavaleiros Rui Fernandes, João Teles e Tiago Carreiras, todos estiveram em bom plano.
O grande aliciante da noite era sem dúvida o debute em Portugal da famosa ganadaria de Alcurrucén, propriedade da taurina família Lozano. Foi uma agradável surpresa, touros com o peso ideal, com uma média de 500 kg mas rematados, muito bem apresentados e com trapio. Todos manifestaram o seu encaste Nuñez e vieram de menos a mais, proporcionando grandes pegas e excelentes ajudas.
Abrimos a corrida com uma excelente pega à primeira, mais uma, a mais difícil, a última, do Francisco Garcia, extraordinária maneira de deixar de vestir a jaqueta, nunca de ser forcado porque isso jamais o deixará de ser. Os meus parabéns por uma carreira difícil mas conseguida, como disse Churchill, com “sangue, suor e lágrimas”.
O segundo touro foi pegado por esse pedaço de forcado que é o António Alfacinha, na primeira tentativa não esteve no seu melhor, também não lhe era exigido, estava a passar um dia difícil mas não quis deixar de fazer parte desta festa e pegou à segunda numa pega vistosa superiormente ajudado pelo José Vacas, justamente chamado a agradecer. O António, como sempre, nunca virou a cara e mesmo muito combalido quis pegar o touro. Conheço poucos toureiros que em dias semelhantes ao que o António passou quiseram cumprir a sua missão, tu foste um deles.
Para o terceiro touro saltou o Guga, fez três tentativas de muito mérito a um touro que sem ser mal intencionado tirava a cara cá atrás, difícil de ajudar e onde o João Pedro esteve sempre bem, talvez na segunda tentativa os segundas ajudas tenham hesitado um pouco pois estou convencido que se consumaria aqui.
Guga, quando se está bem, mesmo que não seja à primeira temos obrigação de dar a volta, o forcado e o grupo são aplaudidos, devemos fazer a vontade ao respeitoso público.
Quarto de noite, um típico “Nuñez”colorado, ligeiramente veleto e um grande touro, foi escolhido o Nuno Lobo, na primeira tentativa foi surpreendido pela prontidão do touro e marcou-lhe duas reuniões, descompôs e o touro perdeu-o. Quando os touros vem tão bem como este vinha é manter a voz e esperar, assim foi na segunda e última tentativa. É pena porque tinha dado uma pega vistosa à primeira mas o Nuno percebeu imediatamente o que aconteceu e isso é que de importante se retirou.
O quinto touro foi pegado à primeira pelo Manuel Rovisco, mais uma vez muito tranquilo e conhecedor dos sítios fez uma pega dura e vistosa mais uma vez muito bem ajudado por todos, realçando o Zé Maria Meneres e o Kiko Abreu nas terceiras.
Fechámos em grande, também com uma pega à primeira por intermédio do Gonçalo Mira, forcado polivalente e na minha opinião um dos forcados-chave da temporada, parabéns por isso mesmo.
O grupo está de parabéns pela maneira como enfrentou a corrida, como de predispôs ao sacrifício, união e determinação e assim saiu vencedor.
Falta uma…
Um abraço.