Iniciámos a época em Montemor!
Depois de mais um defeso com vários treinos e ferras estávamos ansiosos pela primeira corrida, o calendário dizia que seria Montemor-o-Novo a praça escolhida. A fardação como não podia deixar de ser foi em casa do Francisco Alves que sempre se disponibiliza e abrir as portas da sua casa para receber o grupo (de qualquer maneira não tem outra hipótese).
Notava-se um nervoso miudinho em todos os membros, não só por ser a primeira corrida, mas também pelo sério curro de toiros que tínhamos para pegar, os Pablo Romero, actualmente designados de Partido Resina, ganadaria espanhola de grande reputação no país vizinho. Desfeitas as dúvidas o João Pedro disse quem seriam os 18 escolhidos para pegarem, fardaram-se e dirigimos a praça.
O cartel era composto pelos cavaleiros António P. Ribeiro Teles, Luís Rouxinol e Ana Batista, dividíamos as pegas com os forcados da terra.
Para pegar o nosso primeiro com o peso de 560kg e cinco anos de idade, tal como os restantes, o cabo escolheu o Francisco Garcia. Para mim falar do Chico, é falar dum grande forcado, pega, ajuda e rabeja toiros, um forcado completo que penso todos os grupos gostariam de poder contar com ele, felizmente essa sorte calhou ao nosso grupo. Com a calma e experiência que lhe é habitual brindou ao público e citou de meia praça, carregou já perto dos terrenos do toiro e após uma dura reunião como o toiro a empregar-se apenas o Alexandre Lobo com grande ajuda conseguiu entrar no toiro e a pega não foi consumada. Pegou-se à 2ª tentativa com o Francisco e o Alexandre outra vez enormes, o resto do grupo também a ajudar muito bem e o Manuel Rovisco a rematar a sorte num toiro que em minha opinião era “trouxa” da corrida.
O nosso segundo fazia lembrar um daqueles toiros “alentejanos” que vemos nas feiras de gado, tal não era o tamanho e a imponência daquele “Pablo” com 678kg!!!!!!
O toiro que andou alegre para o cavalo durante toda lide dava indícios duma grande pega, assim foi! O escolhido foi o Bernardo Patinhas, também de meia praça brindou ao público e já nos terrenos do próprio Bernardo, carregou e com boa reunião em que o toiros fez uma viagem com a cabeça em baixo, pega foi consumada á 1ª tentiva com todo o grupo a ajudar outra vez muito bem. Merecida a volta do Bernardo depois duma bela pega.
Para encerrar a tarde e a corrida o menos pesado dos três que nos calhou em sorte, na balança marcou 520kg. Um toiro muito sério, que em minha opinião veio de mais a menos durante a lide, demonstrando já no final a mansidão, geral penso eu de todos os toiros em praça. Desta pega não me vou alargar muito em comentários, penso que complicámos demasiado, e muitas vezes temos de tentar manter a cabeça fria para resolver os problemas, coisa que não se passou ontem. Pegou o Ricardo Cabral à 6ª tentativa de cernelha com o Manuel Rovisco a rabejar, depois de três tentativas de caras.
Quanto ao grupo da terra pegaram a 1ª tentiva os três toiros da corrida por intermédio de Pedro Freixo, José Maria Cortes e João Mantas.
De agradecer desde já a empresa de Paulo Vacas de Carvalho e Simão Comenda, o esforço pelo cartel montado, pena que os tão afamados toiros não tenham correspondido com a bravura que se desejava.
Jantámos em conjunto com os amigos do grupo de Montemor, num jantar divertido e que para alguns durou até tarde, sempre em ambiente bastante agradável de amizade, que é de salutar, porque apesar de envergarmos jaquetas diferentes, ambos respeitamos e honramos o nome e a tradição do Forcado Amador.
Agora é dia 7 de Junho em Santarém (CNEMA).
Um abraço
Diogo Cabral
